domingo, 4 de julho de 2010

Padre Kentenich e os tempos antes da ordenação sacerdotal

Fotografia de José Kentenich enquanto estudante

Do livro “Os anos ocultos do Padre Kentenich – Infância e Juventude (1895-1910), escolhemos alguns excertos que nos mostram os tempos que antecederam a ordenação do Padre Kentenich, numa fase da sua vida marcada por “lutas internas”, que chegaram inclusive a colocar em risco a sua ordenação sacerdotal.

“Os anos de Limburgo (Seminário onde estudou o Pai e Fundador) foram marcados por experiências de contingência que José Kentenich mais tarde, resume, sob o título “lutas da juventude”. Empregava muito raramente o termo “crise” para se referir a este período, embora noutros contextos o utilizasse bastante e ele descreva adequadamente esta fase da sua juventude.
As lutas da juventude estenderam-se de 1904 a 1910. Numa carta, José Kentenich chega a mencionar “dez duros anos”, que começaram com o noviciado e terminaram mais ou menos com o início da actuação sacerdotal em Schoenstatt. Trata-se, portanto, do período que antecedeu imediatamente o início da sua actuação de fundador. Mais tarde, comenta, em carta, “que uma forma de actuar, de viver e de operar deste tipo, que se manifesta repentinamente” como aconteceu “na realidade nova que surgiu em Schoenstatt, não seria possível sem um profundo crescimento preliminar na mesma linha”.
A única testemunha deste amadurecimento pessoal é o próprio Padre Kentenich. Sem as anotações dos anos de estudo de um diário (1908/1909) e seus testemunhos, não saberíamos nada sobre este período. A primeira alusão a ele, encontra-se numa carta de 1916 ao seu aluno José Fischer, Prefeito da Congregação Mariana, que enfrentava dificuldades pessoais, no campo de batalha. Para despertar a confiança do jovem e consolá-lo nas lutas interiores, Padre Kentenich recorda suas próprias experiências, ainda recentes.

“(…) Mas tudo isto parece muito frio e teórico. Permita que retire um pouco o véu do meu passado. Desde o meu ingresso no noviciado até à minha ordenação sacerdotal e pouco depois dela, enfrentei continuamente as mais tremendas lutas. Nem o menor vestígio de sentimentos de felicidade e de satisfação. O meu director espiritual não me compreendia e o sustento espiritual era fraco, devido à orientação doentia, racionalista e céptica, do meu modo de pensar. Foram terríveis lutas interiores e exteriores, quero dizer, intelectuais e a elas ainda se juntaram sofrimentos físicos. Talvez mais tarde lhe conte um pouco mais sobre tudo isto. Se eu não tivesse passado por este processo de crescimento totalmente anormal, não poderia ser para vocês o que, devido à minha posição, devo ser e me esforço por ser. “

Qual foi o motivo destas lutas, o que as desencadeou?
Padre Kentenich explica que “as lutas da juventude, que começaram, com precisão matemática, com o meu ingresso no noviciado e antes não existiam, eram necessariamente de carácter intelectual”.

(Continua)

Fami e Paulo

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