1.Os
dias jubilares são dias de fé. “Vive esta hora!”
Ao iniciarmos esta Quaresma em pleno Ano da Fé e em tempo
de Missão Jubilar, por ocasião da celebração dos setenta e cinco anos da
restauração da nossa Diocese, quero convidar todos os diocesanos de Aveiro a
sentirmo-nos amados por Deus, conscientes de que o nosso nome está inscrito no
coração do Senhor, nosso Deus e nosso Pai.
Os dias jubilares que vivemos são dias de fé acolhida,
professada, celebrada, vivida e testemunhada com novo encanto, renovado vigor e
crescente entusiasmo.
Vemos à nossa volta um mar de luz e de paz, onde se
reflecte o amor de Deus pela Humanidade. Percorremos, mês a mês, caminhos de
visita, de anúncio, de partilha com pessoas, famílias e instituições, levando
nos lábios, no coração e na vida palavras e notícias de Deus. Anunciamos em
novos átrios de encontro, em campos abertos de debate e em alargados horizontes
de missão o evangelho das bem-aventuranças. Sabemos pela fé que a hora que
vivemos será hora da Humanidade se primeiro e sempre for hora de Deus!
“Vive esta Hora!” é lema,
apelo e caminho de fé aprofundada por catequeses quaresmais, presentes no mesmo dia e
repartidas em tempo simultâneo por todas as paróquias da Diocese, ao longo das
semanas da Quaresma.
Vivemos, assim, uma verdadeira e original experiência de
formação cristã, plenamente inserida na acção pastoral que desenvolvemos e
levada por membros de cada uma das nossas comunidades enviados, como
catequistas e missionários, a outras tantas comunidades que são as cento e uma
paróquias da nossa Diocese.
Servem de fundamento a estas catequeses quaresmais a Palavra de Deus, o magistério da
Igreja, os desafios renovadores do Concílio Vaticano II, as orientações e
documentos do nosso II Sínodo Diocesano e a leitura crente do caminho que, ao
longo destes setenta e cinco anos, fazemos como Igreja.
Queremos viver esta Quaresma como tempo favorável de
graça da parte de Deus e oportunidade abençoada de formação cristã e de
bem-aventurança evangélica para todos.
2. Os dias jubilares são oásis de oração
Imediatamente antes da sua vida pública, Jesus é
conduzido pelo Espírito ao deserto para, em demorado tempo de oração, de
contemplação e de encontro com o Pai, nos deixar esta tão necessária pedagogia
espiritual de apelo à conversão e ao encontro com Deus.
Faz-nos bem interiorizar esta experiência de Jesus e
trazê-la para o coração tantas vezes agitado e perturbado das nossas vidas e
das nossas praças.
O «Dia do deserto» que
proponho a toda a Diocese para vivermos em iniciativas arciprestais vai
permitir-nos que, no silêncio e na interioridade, a verdade da nossa vida possa
acontecer e tenhamos oportunidade para fazermos experiência da bondade de Deus
que Jesus nos revelou.
Implantemos neste «Dia do deserto», no
coração das nossas vilas e cidades,verdadeiros oásis de silêncio, de oração, de
recolhimento, de reconciliação e de fraternidade.
A oração, a conversão interior e o retiro espiritual
encontram, assim, mais tempo e diferente espaço para se tornarem acolhimento de
Deus e experiência de fraternidade cristã e de verdadeira vivência comunitária.