Após alguns anos a adiar a
participação na peregrinação a Fátima, devido a razões profissionais, foi
finalmente possível este ano realizarmos este nosso desejo. Assim eu e minha esposa
lá fomos cheios de ansiedade pois já tínhamos ouvido falar muito, de como eram
bons aqueles dias passados a caminhar em direção a Fátima. Esta caminhada para
Fátima não é só fazer quilómetros, mas sim viver de uma maneira diferente cada quilómetro
feito.
Podia fazer aqui uma descrição do que foi a
nossa vivência dia após dia, mas isso levaria muito tempo, e nunca conseguiria
transmitir verdadeiramente o que se sente ao longo daqueles dias.
Foi uma caminhada que ao longo de
3 dias nos levou a Fátima e onde pudemos viver momentos verdadeiramente maravilhosos.
Aqui partilho apenas, alguns desses momentos.
Começando pela maravilhosa missa
do envio realizada na praia do Salgado, onde fomos convidados a fazer uma
experiência de olhos vendados, onde a ausência do sentido da visão nos levava a
apurar muito mais os outros sentidos e nos fazia pensar que mesmo sem VER podemos
sempre ser guiados em segurança por uma mão invisível que está lá sempre para
nos ajudar.
Ali mesmo à beira mar e já de
olhos abertos, olhando ao nosso redor éramos confrontados com a nossa pequenez
perante um mar imenso, que se estendia até ao horizonte. Era o inicio da nossa caminhada.
Os trilhos escolhidos para o
percurso mantinham-nos num contacto constante com a natureza.
Esta atmosfera, em conjunto com a
vivência espiritual preparada para a caminhada, nomeadamente, os momentos de
reflexão, os testemunhos partilhados, os terços rezados em conjunto, e
principalmente as horas de caminhada em silêncio fizeram destes três dias um verdadeiro
retiro espiritual que cada um pôde viver à sua maneira.
Logo no inicio, fomos convidados
a meditar na nossa pequenez e a pensar que o nosso orgulho e excesso de
confiança nos podem fazer afundar sem darmos conta. No entanto não podemos
esquecer nunca que “Deus ama-nos na nossa pequenez”.
Qualquer dor, ou sofrimento
sentido na caminhada ao longo do dia foi completamente curada com a maravilhosa
cerimónia que pudemos viver à chegada a Alcobaça. Só mesmo quem entrou no
Mosteiro de Alcobaça no inicio daquela noite pode entender verdadeiramente quando
digo que a cerimonia foi Mágica / Divina e nos transportou a uma nova dimensão.
A camaradagem entre todos os
peregrinos, os novos amigos que se foram fazendo, o rever de velhos amigos fazia-nos
sentir que estávamos a peregrinar como uma verdadeira família. E assim foi ao
longo dos 3 dias, na caminhada, nas refeições, e até nas dormidas.
Foi assim que caminhando de
“Santuário a Santuário” fomos descobrindo passo a passo, dia após dia “ qual
o Santuário vivo que EU quero ser “.
Muitos foram
“Espelhos", “Pontes",
outros “Lemes" , "Sementes “ e
“Faróis" , mas no final o
importante é SER Santuário ALIVE, não só neste ano do Santuário mas em todos os anos da nossa vida.
A alegria da nossa chegada a
Fátima era visível em todos os rostos, principalmente aqueles que ao longo dos
dias sofreram bastante dos pés. Não vieram para "VER", vieram
para “ SER" e conseguiram apesar das dificuldades.
Como casal da Liga das Famílias de
Aveiro regressamos espiritualmente “ Cheios" e satisfeitos com a vivência desta
peregrinação.
Ainda não tínhamos regressado a
casa e já sentíamos força e vontade para voltar a repetir esta experiência /
vivência. Recomendados e convidamos vivamente a todos os casais da Liga, assim
como a todos os casais que não são do Movimento, Tirem 3 dias e venham SER.
Gostaria de deixar aqui em meu
nome e com certeza em nome de todos os elementos da família de Aveiro que
participaram um voto de parabéns a todos os elementos organização pelo
excelente trabalho realizado.
Graças ao seu trabalho nós os
peregrinos a pé, pudemos vivenciar sem preocupações cada momento daqueles 3
dias. Que a MTA lhes traga muitas graças e força para o ano fazerem ainda
melhor.
No
próximo ano lá estaremos com a ajuda da MTA.
Fernanda e José Vilarinho
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