São José e o Menino Jesus na carpintaria
Foi no dia 1 de Maio de 1886 que em Chicago, naquela época, o maior parque industrial dos Estados Unidos, que os operários de uma fábrica se revoltaram contra as condições desumanas em que eram obrigados a trabalhar e contra o total desrespeito com que eram tratados pelos patrões. Eram trezentos e quarenta em greve e foram massacrados pela polícia, que estava inteiramente ao serviço dos ricos e poderosos.
Mais de cinquenta ficaram gravemente feridos e seis foram assassinados, no confronto desigual que ocorreu entre deles e as forças policiais.
Em 1889, a segunda Internacional Socialista reúne em Paris e decide convocar anualmente uma manifestação com o intuito de lutar pelo objectivo de conseguir a jornada de trabalho com 8 horas diárias. A data escolhida foi o dia 1 de Maio, como forma de homenagear os trabalhadores de Chicago.
Em 1 de Maio de 1891, uma manifestação de trabalhadores no norte de França, é dispersada pela polícia e dos confrontos resultam dez mortos entre os manifestantes. Este novo drama vem reforçar este dia como dia internacional de reivindicação de melhores condições laborais.
Em Abril de 1919, o senado francês ratifica o dia de trabalho com 8 horas e declara o dia 1 de Maio desse mesmo ano como feriado nacional.
A partir daqui, muitos outros países declararam esse como o dia do trabalhador, entre os quais Portugal, onde a partir de 1974 recomeçou a ser comemorado.
A Igreja, como forma de demonstrar o seu apoio aos trabalhadores e aos oprimidos, consagrou este dia a São José Operário, proclamando-o como protector dos trabalhadores.
Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de São José, que trabalhou a vida toda para ver Jesus Cristo dar a vida pela humanidade e a luta dos trabalhadores do mundo todo, lutando pelos seus direitos, para se perceberem os motivos que levaram em 1955, o Papa Pio XII a instituir esta festa de “São José Trabalhador”, no mesmo dia em que a nível mundial (ou quase) se comemora o dia do trabalhador.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou a família durante toda a vida com o trabalho das suas próprias mãos, cumpriu sempre os deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro, permitindo assim que se cumprissem as profecias e que o seu povo fosse salvo, bem como toda a humanidade.
Na instituição deste dia, disse o Santo Padre Pio XII:
“Queremos afirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.”
Na Epístola aos Colossenses, ( 3, 23-24) também São Paulo fala sobre o trabalho:
“Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como se fosse para o Senhor e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa. O Senhor é Cristo a quem vós servis.”
Como forma de demonstrar a importância que a Igreja atribui aos trabalhadores, o Papa João Paulo II, publicou em 14 de Setembro de 1981 uma encíclica intitulada “Laborem Exercens”, dedicada precisamente ao tema do trabalho.
Desta encíclica retirámos um pequeno excerto em que fala de Cristo, o homem do trabalho.
“Esta verdade, segundo a qual o homem mediante o trabalho participa na obra do próprio Deus, seu Criador, foi particularmente posta em relevo por Jesus Cristo, aquele Jesus de quem muitos dos seus primeiros ouvintes em Nazaré ficavam admirados e exclamavam: “Donde lhe veio tudo isso? E que sabedoria é essa que lhe foi dada? Porventura não é este o carpinteiro?”
Com efeito, Jesus não só proclamava, mas sobretudo punha em prática com as obras o “Evangelho” que lhe tinha sido confiado, a Palavra da Sabedoria eterna. Por esta razão, tratava-se verdadeiramente do “evangelho do trabalho”, pois Aquele que o proclamava era Ele próprio homem do trabalho, do trabalho artesanal como José de Nazaré.”
Noutra parte da mesma encíclica, é referido:
“O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem. Do mesmo modo tudo o que o homem faz para conseguir mais justiça, uma fraternidade mais difundida e uma ordem mais humana nas relações sociais, excede em valor os progressos técnicos. Com efeito, tais progressos podem proporcionar a base material para a promoção humana, mas, por si sós, de modo nenhum são capazes de a realizar.”
Neste dia mundial do trabalhador, humildemente pedimos:
São José Operário, rogai por nós!
Fami e Paulo
Nota: Para a elaboração deste trabalho, foram consultados os sites:
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