segunda-feira, 4 de março de 2013

Editorial - Março 2013

Gestos e palavras de profeta

Nas próximas semanas vamos acompanhar com a nossa oração o processo de eleição do novo Papa. Nos nossos santuários podemos reviver o espírito do Cenáculo: com Maria, todos unidos numa só alma, estavam em oração implorando o Espírito Santo. 
Este é ainda tempo para refletir e deixar-se converter pelo testemunho que Bento XVI nos deixou com o gesto da sua resignação e com as palavras dos últimos dias que são verdadeiro testamento espiritual, uma voz profética hoje. Com o olhar da espiritualidade de Schoenstatt, gostaria de destacar três aspetos, entre outros. 
Em primeiro lugar assistimos a um testemunho de fé viva. Neste gesto há uma profissão de fé no Senhor vivo que conduz a Sua barca através de pessoas concretas e pelas circunstâncias da vida, é um Deus presente, é o Deus da Aliança, Ele é protagonista destes acontecimentos. E esta fé vive-se também em diálogo intimo com Jesus e como Jesus, e nessa comunhão pode-se descobrir a vontade do Pai, lida no livro dos sinais do tempo, nas vozes da alma e na voz da verdade; neste caso, na debilidade física, nos desafios concretos dentro da Igreja e nas exigências do tempo atual. Esta é a realidade do que o P. Kentenich nos ensinou com a fé pratica na Divina Providência. 
Por outro lado, nos gestos e nas palavras de Bento XVI, surge o verdadeiro rosto da Igreja que nasce do Evangelho e que por vezes está desfigurado ou oculto. De facto, ele deixa um desafio de conversão para sermos verdadeiro rosto de Cristo e aponta caminhos concretos para crescermos em santidade. Como ícone, ele regressa à imagem da barca que não é de Pedro ou dos apóstolos mas que é do próprio Jesus; uma barca que está em movimento em pleno mar do tempo e da história; que com consciência de missão está ao serviço da humanidade de forma desinteressada; uma Igreja simples e transparente; uma comunidade atenta às suas fragilidades é também uma Igreja humilde, que é tocada pelo divino mas feita por seres humanos; é uma Igreja Família e de proximidade cujos membros dialogam com o Papa como um irmão ou um pai. Nestes traços reconhecemos uma Igreja com atitudes de Maria.
 
Padre José Melo
Director Nacional do Movimento
 
 

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