"Estamos quase no Natal!” – foi assim que uma criança festejou as férias
grandes no mês de Junho. Ainda tão longe no calendário, mas tão perto do coração!
Mas como dizem os adultos, o tempo “corre” e já estamos às portas do Advento.
Longe vai o tempo em que o Advento tinha uma linguagem popular: preparar o coração
para a chegada do Menino-Jesus, conquistar palhinhas para tornar quentinha a
manjedoura do nosso coração. Durante as quatro semanas crescia o anseio dentro
de nós pela noite de Natal. E lá se juntavam as palhinhas das renúncias, dos
sacrifícios, do esforço por ser melhor. E para quê? Para nos libertarmos de
tudo o que nos impede de chegar mais perto do Menino. Só tornando-nos humildes
e pequenos, interiormente livres, de mãos e coração livres podemos
aproximar-nos mais do Menino Jesus deitado na manjedoura para acolher esse Deus
que se faz “igual a nós”.
Lançando um olhar a Nossa Senhora, a Imaculada, cuja
festa celebramos no dia oito, vemos a grandeza de uma pessoa que procura Deus
com todo o coração, livre até dos próprios desejos para “correr” ao encontro
dos desejos de Deus.
O Papa Francisco disse tão lindamente: “Nossa Senhora, assim que
recebeu o anúncio que seria mãe de Jesus, e também o anúncio de que a sua prima
Isabel estava grávida
— como se lê no Evangelho — partiu à pressa; não esperou. Não disse: «Mas agora
eu estou grávida, e devo cuidar da minha saúde. A minha prima terá amigas que
talvez a ajudem». Ela sentiu algo e «partiu à pressa». É bonito pensar isto de
Nossa Senhora, da nossa Mãe que vai à pressa, porque sente algo dentro de si:
ajudar (...) E Nossa Senhora é sempre assim. É a nossa Mãe, que vem sempre
depressa quando nós precisamos dela. Seria bonito acrescentar às Ladainhas de
Nossa Senhora uma que reze assim: «Senhora que vai depressa, ora por nós!».
Isto é bonito, verdade? Porque Ela vai sempre à pressa, Ela não se esquece dos
seus filhos. E quando os seus filhos se encontram em dificuldade, quando têm
alguma necessidade e a invocam, Ela vem à pressa.“
Uma mãe que espera o seu
filho sente a vida a crescer dentro dela e por isso alegra-se, cada dia mais,
pela sua chegada, pelo encontro, por ver o seu rosto. Neste Advento não deveria
ser semelhante em nós, quando esperamos a vinda de Jesus na nossa alma, no
santuário do nosso coração? Não deveríamos viver esse encontro, de tal modo,
como se fosse a primeira vez? Não deveríamos preparar a manjedoura no cantinho
da nossa casa e no nosso coração com o amor e a ternura de criança? Não esqueçamos
que não há Advento sem Maria. Esta é a sua hora!
O Papa Francisco lembrou aos
jovens no Rio de Janeiro que “uma belíssima expressão da fé do povo é a ‘Hora
da Ave Maria’. É uma oração importante; convido a todos a rezá-la com a Ave-Maria.
Lembra-nos de um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação,
o Filho de Deus se fez homem em Jesus de Nazaré.”
Rezemos durante este
Advento o Angelus com fé e digamos com o Padre Kentenich: “Mãe de Deus,
agora é a tua vez!” Chegou a hora de trazeres Jesus novamente à terra, aos
nossos corações.
Ir. M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Novembro 2013)
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