Depois do grande acontecimento de 22 de maio de 2013, a dádiva do Santuário Original, procuram-se
datas históricas que “coincidem” com este dia. Em Portugal, na diocese de
Aveiro, não precisamos procurar ocorrências do dia 22, apenas pudemos constatar
que, aqui neste pedacinho de terra, a história profetizou e confirmou a vitória
da fé, da confiança e entrega dos pequenos instrumentos da MTA.
Com a forte tempestade que atravessou o nosso Centro Tabor no mês de
Janeiro, derrubando quase todos os pinheiros, um dos estragos foi o nosso
nicho, o primeiro marco histórico deste lugar e onde se celebraram as primeiras
Alianças de Amor da juventude feminina e masculina. O estrago material não foi
muito, mas este nicho tinha a particularidade de estar à sombra da primeira
árvore aqui plantada e de esta ter três troncos paralelos com três coroas. Por
isso foi “batizada de árvore da Santíssima Trindade”. A sua queda fez levantar
o nicho, abrindo-o a meio. Logo a seguir a este acontecimento realizou-se a
reunião, em Schoenstatt, com os Palotinos e o resultado foi o corte nas
negociações do Santuário Original. Refletindo nesta “coincidência” de abalo dos primeiros símbolos (o Santuário
Original em Schoenstatt e o nicho no nosso Centro Tabor), o Conselho da Família
Diocesana decidiu não reconstruir o nicho imediatamente e propor à Família de
Aveiro uma reconquista espiritual. Assim aconteceu. Foi elaborada uma oração e
cada Ramo incentivou os seus elementos a peregrinar ao nicho e aí rezar a
oração pelo Santuário Original. Marcamos a celebração da reinauguração do nicho
para o dia 31 de Maio.
(Símbolo para o Santuário Original em 2010 - primeira visita a este lugar em 6-11-1970)
Logo que se retiraram as raízes da árvore e se reconstruiu os
fundamentos do nicho, viu-se como o terreno ficou mal tratado nesse local.
Surgiu então a ideia de fazer um pavimento à volta do nicho. As Irmãs de Maria
idealizaram a forma que este deveria ter. Decidiram que seria o Símbolo do Pai
porque uma das duas datas gravadas no nicho é precisamente a da primeira visita
a este terreno, quando ainda nada existia, quando o P. Domingos e o P. Miguel
Lencastre traziam o Símbolo do Pai para o Santuário Original. “Aqui ajoelhamos, rezamos e sonhamos...”,
escreveram na crónica. E, quando nós, perante as dificuldades com as
negociações pelo Santuário Original, assumimos nova conquista espiritual, o pavimento
em forma de Símbolo do Pai ganhou mais sentido, pois ficaria como fundamento da
origem, do nosso nicho.
Como não dizer que nos sentimos privilegiados na missão a partir deste
Santuário, deste pedacinho de terra? Para um schoenstattiano não há
coincidências, há a fé na condução de Deus, mesmo nos mais pequenos âmbitos e
missão. No dia 22 de maio, precisamente no dia do 36º aniversário do nosso
nicho, enquanto se espalhava pelo mundo inteiro a notícia do Santuário
Original, desenhava-se e montava-se na areia a estrutura do Símbolo do Pai,
para que no dia seguinte começasse a construção. A notícia da dádiva do
Santuário Original chegou ao fim da tarde, surpreendendo o mundo inteiro, mas a
nós ainda mais pela “coincidência” das datas, do símbolo escolhido para o pavimento
e do dia em que iniciamos a concretização. Agora sim, nicho e Símbolo do Pai
ficam para sempre ligados ao Santuário Original.
O dia de festa da reinauguração foi grandioso. Recuperamos uma
tradição que a geração mais nova não vivenciou: a procissão dos lírios. Convidamos
toda a Família de Schoenstatt, mas também todos aqueles que fizeram a sua
Aliança de Amor à volta do nicho. Foi muito bonito sentir como, numa noite de
vento muito forte, um bom número de pessoas compareceu e muitos rostos que há
anos não se veem por aqui. Todos trouxeram uma flor branca para a procissão que
saiu da Casa do Padre Kentenich, depois de convidar o Pai e Fundador a
peregrinar connosco, levando a parte de cima do nicho num andor enfeitado com
muitas flores.
Tivemos o presente da presença do P. Miguel Lencastre 36 anos
depois, pois foi ele que benzeu o nicho naquela altura. Cantamos os cânticos
antigos e depois das palavras do P. Miguel, uniu-se o nicho numa peça só. Para
assinalar o compromisso de missão da nova geração, foram plantados 3 pinheiros
muito pequenos pela Liga das Famílias, a Liga das Mães e a Juventude.
Antes de
festejarmos com bolo e chá, cada participante foi ao Santuário buscar uma
mensagem do Padre Kentenich. No final da Eucaristia, inauguramos também algo
novo no Centro Tabor: placas em acrílico, junto dos marcos históricos, com
explicação e dados históricos.
De certo modo sentimo-nos privilegiados em como
Deus conduziu a nossa história atual, deixando destruir para reconstruir a partir
dos fundamentos de hoje: uma nova geração de instrumentos da MTA que quer viver
das origens para difundir a Cultura de Aliança.
MP
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