Beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus

"A Irmã Maria Clara fez sua a dor dos pobres, fez seu o abandono dos postos de lado, hospedou o desalento. É um grande modelo para uma corajosa intervenção social dos cristãos."

Hoje, dia 21 de Maio vai ser beatificada em Lisboa (no Estádio do Restelo) a Irmã Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC). A Igreja que peregrina em Portugal rejubila por contar com mais uma sua filha elevada aos altares e proposta à veneração dos fiéis como modelo de vida cristã e intercessora junto de Deus.

A Irmã Maria Clara, nasceu em 15 de Junho de 1843 na Quinta do Bosque, propriedade da sua família, situada no termo da actual cidade da Amadora. Foi baptizada na Igreja paroquial de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica, a 2 de Setembro seguinte com o nome de Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque.

Libânia, veio ao mundo no seio de uma família nobre. Terceira de sete filhos, viveu uma infância feliz no ambiente cristão do seu lar. Na adolescência experimentou o sofrimento doloroso da orfandade. Sua mãe morre em 1856 e o pai, um ano depois, ambos vítimas da epidemia de cólera que na altura grassava em Lisboa.

Após viver no Asilo Real da Ajuda e em casa de familiares, Libânia transferiu-se em 1867 para o Pensionato de São Patrício, instalado no antigo Convento do mesmo nome, junto à muralha do Castelo de São Jorge.

Dois anos mais tarde tomou hábito no Recolhimento de terceiras franciscanas seculares capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição, também sedeado em São Patrício, com o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus, nome que usaria até à sua morte.

A casa de São Patrício era dirigida pelo Padre Raimundo dos Anjos Beirão, que se tinha dedicado à pregação e ao socorro dos órfãos e dos pobres. O seu encontro com a Irmã Maria Clara, foi providencial. Viu nela a mulher escolhida por Deus para, com ele, fundar uma Congregação que, imitando o bom samaritano do Evangelho, minorasse as graves carências da população portuguesa da época.

Após fazer o noviciado em França, junto das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras e Mestras de Calais, onde professou a 14 de Abril de 1871, regressa a Portugal onde o Padre Raimundo a empossa como superiora e mestra das noviças capuchinhas que aderiram à reforma da sua agremiação.

Assim, foi fundada a nova Congregação – Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

A intervenção da Irmã Maria Clara em diferentes domínios da área social procedia duma motivação religiosa. O seu coração de mulher franciscana enchia-se de compaixão diante do sofrimento humano e procurava aliviá-lo com o vigor da fé. A sua actuação aparecia como “rosto de ternura e da misericórdia de Deus”.

Túmulo da Irmã Maria Clara

O processo de beatificação foi aberto em 18 de Dezembro de 1995, por D. António Ribeiro, ao tempo Cardeal Patriarca de Lisboa.

A 10 de Fevereiro de 1998, celebrou-se a abertura do Processo em Roma, na Congregação para as causas dos Santos.

A 10 de Dezembro de 2010, o Papa Bento XVI assina o decreto que abre a porta à beatificação, após ter sido reconhecido ter sido por seu intermédio, o milagre ocorrido em 12 de Novembro de 2003, em Baiona (Espanha). Este milagre curou Pioderma gangrenoso, em D. Georgina Troncoso Monteagudo.

Hoje, é o grande dia e Portugal passa a contar com mais uma presença nos altares da Igreja.

Fami e Paulo

Nota: Para a elaboração deste trabalho, foi utilizado a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a beatificação da Irmã Maria Clara do Menino Jesus.