segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

P. Miguel Lencastre e a paróquia da Gafanha da Nazaré (1970-82)


Missa do 7º dia, hoje, às 19 horas na igreja matriz da Gafanha da Nazaré

Embora esperada há tempos, a notícia do falecimento do Padre Miguel Lencastre, no dia 13, no Recife, Brasil, encheu de tristeza os seus amigos, tanto na Gafanha da Nazaré como em diversas regiões de Portugal e daquele país irmão, mas não só.
O Padre Miguel Lencastre era, por natureza, uma pessoa disponível para todos, independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom conversador e bom amigo, tinha no seu espírito o sentido da aliança com Jesus Cristo, Nossa Senhora e seu Santuário, mas também com as famílias e entre as pessoas. 
Veio para a Gafanha da Nazaré como coadjutor do Padre Domingos Rebelo em 1970, e em abril de 1973 assumiu a paroquialidade da nossa terra até outubro de 1982, ao mesmo tempo que se empenhou no desenvolvimento do Movimento de Schoenstatt no nosso país e em particular entre nós. 
Sacerdote de diálogo e de consensos, imprimiu com o seu entusiasmo a renovação das estruturas paroquiais, procurando com afinco contribuir para a aproximação dos paroquianos, com uma minifeira popular e a criação de comissões de lugares destinadas a promover o envolvimento dos paroquianos nos serviços comunitários.
O Padre Miguel implementou a construção das igrejas da Cale da Vila, Chave e Praia da Barra, enquanto reorganizou o CNE — Corpo Nacional de Escutas, levando à criação do Agrupamento 588, que escolhe para patrono D. José de Lencastre, seu pai e primeiro Chefe Nacional do Escutismo Católico.
Em 1975 pôs em funcionamento o Stella Maris, clube do Apostolado do Mar, para apoio espiritual, religioso e social aos homens do mar e suas famílias, organizando ainda a primeira procissão pela ria em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, inédita na região.
Foi um prior próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades, dando prioridade aos mais fragilizados. Teve uma relação cativante com a juventude e com os idosos, que visitava frequentemente. 
Outra faceta em que se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja, conseguindo delas colaborações que à comunidade diziam respeito, mostrando à evidência quanto foi importante para si o ser humano enquanto tal. 

Fernando Martins 
Nota: Texto publicado no Timoneiro de janeiro.
 

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