Missa do 7º dia, hoje, às 19 horas na igreja matriz da Gafanha da Nazaré
Embora esperada há
tempos, a notícia do falecimento do Padre Miguel Lencastre, no dia 13, no
Recife, Brasil, encheu de tristeza os seus amigos, tanto na Gafanha da Nazaré
como em diversas regiões de Portugal e daquele país irmão, mas não só.
O Padre Miguel
Lencastre era, por natureza, uma pessoa disponível para todos,
independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom
conversador e bom amigo, tinha no seu espírito o sentido da aliança com Jesus
Cristo, Nossa Senhora e seu Santuário, mas também com as famílias e entre as
pessoas.
Veio para a Gafanha
da Nazaré como coadjutor do Padre Domingos Rebelo em 1970, e em abril de 1973
assumiu a paroquialidade da nossa terra até outubro de 1982, ao mesmo tempo que
se empenhou no desenvolvimento do Movimento de Schoenstatt no nosso país e em
particular entre nós.
Sacerdote de
diálogo e de consensos, imprimiu com o seu entusiasmo a renovação das
estruturas paroquiais, procurando com afinco contribuir para a aproximação dos
paroquianos, com uma minifeira popular e a criação de comissões de lugares
destinadas a promover o envolvimento dos paroquianos nos serviços comunitários.
O Padre Miguel
implementou a construção das igrejas da Cale da Vila, Chave e Praia da Barra,
enquanto reorganizou o CNE — Corpo Nacional de Escutas, levando à criação do
Agrupamento 588, que escolhe para patrono D. José de Lencastre, seu pai e
primeiro Chefe Nacional do Escutismo Católico.
Em 1975 pôs em
funcionamento o Stella Maris, clube do Apostolado do Mar, para apoio
espiritual, religioso e social aos homens do mar e suas famílias, organizando
ainda a primeira procissão pela ria em honra de Nossa Senhora dos Navegantes,
inédita na região.
Foi um prior
próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de
desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades, dando
prioridade aos mais fragilizados. Teve uma relação cativante com a juventude e
com os idosos, que visitava frequentemente.
Outra faceta em que
se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja,
conseguindo delas colaborações que à comunidade diziam respeito, mostrando à
evidência quanto foi importante para si o ser humano enquanto tal.
Fernando
Martins
Nota: Texto
publicado no Timoneiro de janeiro.
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