quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Atelier sobre o Padre Kentenich

Decorreu na passada sexta feira dia 21 de Janeiro, o primeiro atelier (dos seis que decorrerão até Junho) dedicado ao nosso Pai e Fundador, Padre José Kentenich.
Orientado pelo Padre Carlos Alberto, teve uma introdução, seguida de trabalhos de grupo em que foram analisados alguns textos sobre o Pai e Fundador, terminando com um debate entre os elementos dos vários grupos.


Apresentamos de seguida um texto elaborado pelo Padre Carlos Alberto, que nos fala sobre este primeiro atelier.

Um Fundador, Um Pai, uma Missão

"O acontecimento do centenário da Aliança de Amor deverá ser um momento de irrupção de graças para toda a Obra de Schoenstatt. Por isso a Família de Schoenstatt das Dioceses de Aveiro e Coimbra quer desde já prepará-lo. Conhecemos a nossa caminhada neste triénio rumo ao centenário da Aliança de Amor: Pai, Santuário e Missão.
Agradecidos pelos 50 anos de Schoenstatt em Portugal, vamos construindo a “Família do Pai” que quer ser uma dádiva de gratidãopelos 100 anos da Aliança de Amor para a qual nos preparamos.
Neste sentido decidimos, neste ano dedicado ao Pai, estudar o livro: “Padre Kentenich Um Fundador, Um Pai, Uma missão”. Vamos fazê-lo em seis Ateliers abertos a toda a Família de Schoenstatt.

Começamos o primeiro Atelier por analisar no livro citado, percebendo o sentido da vinculação ao Fundador na Família de Schoenstatt. Em forma de resumo deixamos algumas ideias que estudamos em conjunto:
As grandes leis mediante as quais Deus governa o mundo:
Nosso Pai e Fundador busca a fundamentação teológica e filosófica para a espiritualidade de Schoenstatt em Santo Tomás de Aquino: É dele o princípio: “Deus opera por causas segundas livres.” Deus governa o mundo através das criaturas. Esta é uma lei fundamental da qual decorrem consequências muito importantes, como, o modo de Deus governar o mundo e ao modo como ele se adapta à nossa natureza sensível.

Um dos grupos de trabalho.

1. Lei do governo do mundo - Deus não atua de forma isolada, mas através das criaturas, especialmente através do ser humano, capacitando-o com os seus próprios dons e atributos para actuar de forma criadora no mundo.
2. Lei da ordem do mundo - No governo do mundo Deus escolhe pessoas, às quais deixa participar de maneira muito especial de suas qualidades, e a quem escolhe como seu instrumento para serem no mundo uma viva mensagem sua. Deus se serve delas, de modo especial, como instrumento. São os que chamamos de casos preclaros. Exemplos: os Fundadores.
3. Lei do aperfeiçoamento do mundo - A natureza e a sobrenatural conjugam-se harmoniosamente e Deus aperfeiçoa uma através da outra. Por exemplo, o amor ao pai terreno através do amor a Deus Pai, o amor materno através do amor a Maria.
4. Lei da adaptação do mundo - Deus adapta-se à nossa natureza sensível e às suas necessidades. Por uma exigência de sua própria natureza o ser humano necessita ver as ideias corporificadas, percebê-las sensivelmente em alguém ou algo. Por isso, a sua necessidade de símbolos. O símbolo desenvolve no ser humano uma força que as simples ideias não despertam.

Na doutrina sobre as causas segundas P. Kentenich apresenta mais duas leis de carácter psicológico-pedagógico, ou seja, procura colocar na, prática as quatro leis acima citadas. Temos assim:
1. Lei da transferência orgânica - Deus transmite algo de seu poder, das suas perfeições e direitos, às causas segundas e nós transmitimos o nosso amor, o nosso respeito, a nossa obediência às causas segundas. Esta transmissão é orgânica. Isto quer dizer que quando Deus transmite as suas propriedades às causas segundas, transforma-as em seus representantes (símbolo) e quer ser experimentado e amado no representante. Por exemplo, ele transmite as suas propriedades aos pais, tendo em conta o interesse do filho, pensando nele. Inversamente, num amor sadio às criaturas vibra sempre o amor a Deus, seja consciente ou inconscientemente. No amor às causas segundas e no respeito para com elas já existe a veneração e amor a Deus. Se isto não acontece, então não estamos na presença de uma transmissão orgânica, mas sim de uma transmissão mecanicista.

2. Lei da condução orgânica - A lei da condução orgânica responde à lei da transferência orgânica que na maioria dos casos, descreve um estágio do desenvolvimento. Na medida em que a vinculação à causa segunda crescer e se este vínculo for sadio e desejado por Deus, ocorre, naturalmente, uma condução ao alto. Se a pessoa (ou coisa) a quem nos vinculamos com laços de um nobre amor, tiver o seu ninho no coração de Deus, será muito fácil encontrarmos o caminho a Ele. A condução pode acontecer de formas diversas. A segunda causa está ela própria vinculada a Deus e todas as pessoas que se vinculam a ela, pelo processo natural do amor (o amor é uma força que une e assemelha), serão também vinculados a Deus, passarão a aceitar os mesmos valores da pessoa amada."

(Continua)

Padre Carlos Alberto, Fami e Paulo

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