“SEMEIA A TUA FÉ – SANTUÁRIO EM MISSÃO” – Este foi o lema
das primeiras Missões Nacionais da Juventude Feminina de Schoenstatt de
Portugal que se realizaram no mês de Setembro em Vale da Pedra, Cartaxo. Foi a
concretização de um desafio lançado na Jornada de Outubro de 2012 como presente
jubilar da JFS. Reuniram-se para esta missão jovens de Braga, Porto, Aveiro e
Lisboa, ou seja, representantes de todos os Santuários de Portugal juntamente
com os Assessores. Chegaram de comboio e ficaram alojadas nas salas da
catequese.
No primeiro dia tiveram o contacto com a
comunidade paroquial na Santa Missa dominical, ficando o resto do dia reservado
para a alegria do encontro das jovens, o conhecimento mútuo, a adaptação ao
local e ao ritmo imposto pelas altas temperaturas, à partilha de expectativas,
a preparação dos espaços internos a utilizar, especialmente o santuário-lar, conhecerem o programa da semana e divisão de grupos de trabalho, de missão externa e tarefas
internas.
A semana teve o ritmo de missões semelhante às que os
schoenstattianos fazem, com visita de
porta em porta, levando a Mãe Peregrina e o convite para as atividades com
crianças, jovens e adultos, que se realizam à tarde, assim como terços e
missas, vigília, teatro e arraial a realizar à noite.
Muitas foram as portas que se abriram, mas também as que não
se abriram e as que se fecharam. Ouviu-se um “não quero que rezem por mim, nem
por ninguém da minha família”, ou “não acredito em nada disso”, e “não quero
comprar nada”, “não tenho tempo”. De certo modo as pessoas têm medo de quem
aparece à porta, especialmente em casas mais isoladas. Aconteceu no primeiro
dia de visitas, pois a população ainda não sabia quem eram as jovens que
percorriam as ruas. Foi uma experiencia dura de missionário, especialmente para
estas jovens que levavam o coração cheio de sementes de fé para semear.
Experimentaram assim o destino do missionário. Nos dias seguintes foi
diferente. Foram muitas as famílias que abriram as suas portas, que partilharam
a fé, a alegria, mas especialmente as dificuldades, os sofrimentos. De certo
modo, parece mais fácil partilhar a dor com desconhecidas, que trazem um
coração aberto para ouvir, que oferecem o seu tempo, um sorriso, a esperança e
fé. Vidas marcadas pelo abandono, pela doença, por falta de carinho, pelas
agressões físicas e psicológicas de familiares diretos, pelo desprezo e tantas – às vezes impensáveis –
situações e relações pessoais desumanas. O consolo, a bondade, a compreensão e o sorriso nascem do
momento de oração que as jovens fazem nessas casas e na promessa de que vão
rezar nas intenções de cada pessoa. E a oração é, de facto, um momento de
elaboração das impressões que as jovens recebem com estas vivências e de confiança em Deus.
Um grande dia foi o do arraial com um bonito teatro,
com o qual as jovens transmitiram a uma plateia repleta, com muitas pessoas, alguns
valores verdadeiros do cristão que influenciam para uma nova sociedade. Seguiram-se momentos de convívio e partilha que de algum modo demonstrou o carinho com que
o povo de Vale da Pedra acolheu as jovens durante uma semana. As crianças foram as que mais
sentiram com a despedida, pois já estavam a acostumar-se com a presença das
jovens e as atividades diárias. Ficou a promessa de voltar, talvez para o ano. No último
dia foi enviada a Mãe Peregrina das famílias, para Nossa Senhora continuar a caminhar
pelas ruas de Vale da Pedra.
MP
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