10 de Fevereiro de 1975
Sete anos após a morte do Padre Kentenich, (concretamente em 10 de Fevereiro de 1975), procedeu-se à abertura oficial do processo de beatificação.
Esta abertura ocorreu na Diocese de Treves, na Alemanha sob a presidência do Bispo, Dom Bernardo Stein.
Antes disso, em 18 de Outubro de 1974, na celebração do 60º aniversário da fundação da Obra de Schoenstatt, a Santa Sé comunicou a Dom Henrique Tenhumberg, na altura Presidente da “Presidência Geral” da Obra de Schoenstatt:
“Depois de um exame minucioso de seu pedido às autoridades pontifícias competentes, tenho a satisfação de lhe comunicar que o Bispo de Treves, autoridade diocesana local, de acordo com as normas do Direito Canónico, fazendo uso de suas faculdades, poderá levar a efeito o processo informativo, observando-se as devidas condições.”
Neste dia em que comemoramos 36 anos da abertura do processo de beatificação, transcrevemos partes de algumas entrevistas que o Padre Angel Strada, postulador da causa de beatificação do Padre Kentenich, concedeu ao longo destes anos.
Padre Angel Strada
Queremos informar que o Padre Angel Strada, vai estar em Portugal no próximo mês de Maio de 2011, mais concretamente entre os dias 26 e 29 e vai estar em encontros em Lisboa, Gafanha da Nazaré (Aveiro), Azurém (Guimarães) e Canidelo (Gaia).
A este assunto voltaremos em breve, para divulgar mais informações sobre estes encontros e para dar a conhecer melhor o Padre Strada.
Em que consiste o processo de beatificação e de canonização? Quais os passos a serem dados e como se dá todo o seu procedimento?
"O processo de beatificação e de canonização é um processo jurídico da Igreja Católica para verificar a santidade de uma pessoa e de seu reconhecimento como modelo de vida segundo o Evangelho e intercessor junto de Deus, autorizando o culto litúrgico em sua memória. No decorrer dos séculos, este processo tem tido diversas formas. Hoje, segundo a situação jurídica em vigor desde 1983, o processo é constituído por duas etapas. A primeira etapa é uma etapa informativa e ocorre na diocese, em que faleceu a pessoa. Esta etapa consiste, sobretudo, em escutar os depoimentos das testemunhas, sejam estas favoráveis ou desfavoráveis à pessoa em causa, e na recolha de todo o material que possa servir de pesquisa de sua vida e de sua heroicidade de virtudes. A segunda etapa ocorre em Roma e é a decisiva. A Congregação para as Causas dos Santos faz uma avaliação das informações recebidas e, mediante o auxílio de oito teólogos e de sete bispos e cardeais, chega a uma tomada de posição definitiva que será então apresentada ao Santo Padre. No caso dos confessores, segue-se, em seguida, o processo do milagre, cuja primeira etapa sucede na diocese onde foi operado o milagre. No caso dos mártires, não é necessário milagre algum para a beatificação."
Que novas características foi possível descobrir no Padre Kentenich, ao estudar os escritos dele, não publicados?
"Há milhares de cartas nas quais se vêem muitíssimos aspectos de como ele acompanhava espiritualmente as pessoas. Os tipos de conselho que dava, como corrige, como adverte, como consolava, como consola. Por exemplo, muitas vezes ele disse: "Seja um raio do sol" para sua comunidade, para sua família. E também é muito frequente o convite para a confiança, a confiança em Deus e a confiança em si mesmo. "Confie que Deus, o Senhor, lhe deu talentos para superar isto, confie em suas experiências positivas", e outra coisa que reitera muitíssimo, por exemplo: "actue de acordo a sua consciência", sabendo que muitas vezes vai provocar conflito com isso, mas "anime-se a ser senhor de si mesmo". Também aparece muito o convite para a vinculação: vincular-se ao Santuário, ao diálogo com Maria. E ao final sempre diz "eu a acompanho, eu lhe acompanho", "eu penso no senhor", "rezo pelo senhor", "a tenho presente", "conte com minha oração". São expressões muito fortes de compromisso pessoal. Assim se pode explicar que tenha tido tanta influência sobre as pessoas."
Padre Strada, vendo a clareza que o Padre Kentenich tinha sobre si mesmo, sobre sua missão e todas essas qualidades pessoais para se vincular aos demais, em que medida esse modelo do santidade é aplicável a pessoas normais, sem uma missão de fundador, sem esse equilíbrio psicológico tão profundo que tinha o Pai?
"Depende muito de como se propõe a imitar o santo. Não se trata de imitá-lo literalmente, porém, de percorrer o caminho que ele percorreu, de acordo a originalidade própria, com os poucos ou os muitos talentos que eu tenho em minha estrutura. Posso aproveitar a experiência que ele fez com sua originalidade e sua estrutura. Além disso, ele viveu numa realidade cultural e num momento muito diferente. Devo tratar de me apropriar originalmente dos valores que o animaram, mas dentro da minha realidade.
Temos que manter uma visão realista do Padre Kentenich, porque obviamente ele não nasceu santo. Ele percorreu um caminho longo e muito difícil. Temos que olhar o Pai como modelo, mas não somente no final de sua vida. Às vezes ele mesmo, o Padre Kentenich, dizia: "Nisso eu não sou um exemplo para os senhores". Então, conhecendo a vida do Pai, fazemos o nosso próprio caminho, mas, assumindo os valores que o motivaram. Isso sim, temos nos segurar em sua mão, firmar-nos nele e pedir o seu apoio."
Para se ter uma ideia sobre o processo de canonização do nosso Pai e Fundador, deixamos alguns números:
26.000 Documentos não editados.
9.500 Cartas do Pai.
8.000 Páginas que escreveu em Milwaukee.
350.000 Páginas (mil livros de 300 páginas).
Fama de santidade em 85 países do mundo.
Testemunharam 150 pessoas.
O registo das fichas de cada documento, tem 4.800 páginas.
Como se pode contribuir para o bom êxito do processo?
"Um contributo decisivo é a oração. O processo de beatificação e de canonização tem de ser pedido como dádiva. Mais concretamente: tem-se de pedir a graça do encerramento da fase diocesana e a graça de um milagre por intercessão do Pe. Kentenich.
Não se pode olvidar a resposta de João Paulo II dada aos jovens suíços que lhe pediam a canonização do Pe. Kentenich: " Canonizai-o vós mesmos!" O reconhecimento oficial mediante a Igreja será um acontecimento histórico. Porém, não se pode pensar que com isto operará automaticamente a recepçãoa da pessoa e a mensagem do Pe. Kentenich na vida concreta dos cristãos. Isto depende sobretudo do testemunho e do anúncio daquilo que nos é do conhecimento como discípulos seus. E eis as palavras proferidas por João Paulo II, por ocasião do ano comemorativo do centenário do nascimento do Pe. Kentenich: "Sois chamados a participar da graça que o vosso Fundador recebeu e oferecê-la a toda a Igreja. Pois o carisma prova-se como uma experiência que foi entregue aos próprios discípulos, a fim de que estes depois vivam, o protejam, aprofundem e continuem a desenvolvê-la constantemente em comunhão e para o bem de toda a Igreja, que ela mesma vive e cresce a partir da fidelidade sempre nova para como seu divino Fundador."
Ouvir das janelas do Vaticano, a canonização do Padre José Kentenich, é sem dúvida, um desejo concreto de todos os filhos de Schoenstatt. Apesar de não ser simples, tem existido ao longo destes anos, grandes avanços no processo.
Ouvir das janelas do Vaticano, a canonização do Padre José Kentenich, é sem dúvida, um desejo concreto de todos os filhos de Schoenstatt. Apesar de não ser simples, tem existido ao longo destes anos, grandes avanços no processo.
E nós também queremos ajudar nesta causa. Neste dia, em que se celebram 36 anos da abertura do processo, rezemos de uma maneira ainda mais convicta e fervorosa, a oração pela canonização do Padre Kentenich.
Fami e Paulo
Fonte: Diversas entrevistas publicada na página http://www.schoenstatt.de/
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