quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

20 de Janeiro de 1942 - 2º Marco Histórico de Schoenstatt - Conclusão



Padre José Kentenich - O "Herói" do 20 de Janeiro de 1942

Na noite de 19 para 20 de Janeiro de 1942, Padre Kentenich está perante um dilema. Assinar o papel e livrar-se do campo de concentração ou seguir o seu instinto e entregar-se em prol da obra de Schoenstatt?
Essa noite foi passada em oração, lutando no seu interior para conhecer a vontade de Deus. Na manhã do dia 20, durante a missa obteve a resposta, a certeza interior do que devia fazer: Não queria ser libertado por nenhum meio humano, mas pela entrega da Família a Deus, pelo esforço heróico em viver a Inscriptio.
Padre Kentenich definia Inscriptio como se disséssemos a Deus: “Tu podes enviar-me qualquer coisa, especialmente essa que eu temo”.
Pela “Carta Branca”, estamos dispostos a aceitar tudo o que a Mãe de Deus quiser para nós, inclusive o sofrimento. Pela Inscriptio pedimos nós mesmos o que a Mãe de Deus reservou para nós , tudo o que o bom Deus determinou para nós, mesmo que seja sofrimento. A Inscriptio é ir sem medo, ao encontro de Deus.
Padre Kentenich afirmou mais tarde: “Suscitei esta nova corrente prevendo os grandes sofrimentos futuros e uma nova queda”.
Após ter a certeza da decisão que tinha tomado, o Pai e Fundador comunica à Família a sua decisão e diz-lhes: “Muito obrigado pelos esforços junto do médico. Por favor, não me levem a mal, que não continue a tecer com o fio que começaram”.

No fim do dia 20 de Janeiro, em nova missiva para a Família de Schoenstatt, escreve o Padre Kentenich: “Sei o que está em jogo e penso na Família, na Obra … Mas, justamente por esse motivo, penso que devo agir assim … “Procurai primeiro o Reino de Deus … e tudo o mais vos será dado por acréscimo”…”
O prazo dado para o Pai e Fundador preencher a declaração para o médico terminou e pelo facto de não a preencher ficou assim definitivamente decidido que ele iria para Dachau. E assim aconteceu, no dia 11 de Março de 1942 é conduzido em conjunto com outros prisioneiros à estação de comboio de Coblença, donde seriam levados para o campo de concentração de Dachau.
O dia 20 de Janeiro de 1942, torna-se no segundo marco histórico de Schoenstatt, sendo considerado pelo Pai e Fundador como “eixo de toda a história do Movimento”. Continua o Padre Kentenich: “ Neste dia (20 de Janeiro de 1942), não devemos pôr no centro a actuação humana, mas sim a actuação divina. Não devemos ver neste acto um acto heróico. Neste dia operou-se uma grande erupção do divino que envolveu toda a actuação humana, tornando-a como que um nada. Porém, esse nada, esse pouco, foi uma condição primeira”.
Pela influência que este dia teve na história de Schoenstatt, é justamente considerado um dos dias mais importantes na história do Movimento.

Como conclusão podemos dizer que foram três os pontos que caracterizaram a atitude tomada pelo Pai e Fundador em 20 de Janeiro de 1942:

Um salto mortal para o sobrenatural, pois deixou de parte os seus próprios desejos, para seguir só a vontade de Deus, que incluiu uma vida de vivência das três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. Só uma pessoa possuidor de grande fe, confiança, amor e consciência de missão podia ousar dar tal salto.

Dedicação total à Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em Aliança de Amor, na Inscriptio, que liberta o homem de todas as suas algemas internas, tornando-o livre para Deus e suas vontades.

O enlace de vida, de sorte, de sofrimento, de graça, de bênçãos, de missão e de vitória, até mesmo a oferta mútua da vida entre Pai e filhos e dos filhos entre si.

Obrigado Pai, por tudo o que fizeste por nós !

Fami e Paulo

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