Padre Kentenich a celebrar no Santuário.
Padre Kentenich – Sacerdote
“A doação total tem o seu fundamento na natureza do sacerdócio. O sacerdote deixa-se absorver inteiramente na pessoa de Cristo e pela sua missão, ao ponto de podermos dizer que faz parte do ideal sacerdotal, tornar-se servo de Cristo na ordem do ser e na ordem do agir. Nossos interesses desaparecem totalmente por trás dos interesses de Deus. Jesus nos aceita com toda a nossa vida para que os tornemos, no seu espírito, servos dos homens.”
(Padre José Kentenich – Santidade sacerdotal de todos os dias no tempo actual. Conferência proferida num retiro para sacerdotes realizado em Schoenstatt em 1939. Extraído do livro “Chamado por Deus, Consagrado a Deus, Enviado por Deus” de Pedro Wolf).
Neste primeiro dia do mês de Novembro, em que vamos celebrar os 124 anos do nascimento do Pai Fundador (18/11/1885) e também pelo facto da Igreja ter declarado este ano litúrgico, como ano sacerdotal, vamos neste trabalho apresentar um pouco do que foi o Padre Kentenich como sacerdote.
Nada melhor para iniciar, do que transcrever uma frase do livro “Escolhido dentre os homens e constituído em favor dos homens” e que diz o seguinte:
“Para ele, o sacerdócio era uma realidade sobrenatural que, do mundo do aquém, penetra no mundo do além. Como São Paulo, descreve a essência do sacerdócio católico: participação misteriosa, perfeita, conforme o ser e agir, no ser do Eterno e Sumo Sacerdócio do Homem – Deus”.
O Padre Kentenich teve sempre como sua maior preocupação sacerdotal, cuidar que Deus se tornasse o ponto central da vida daqueles a quem tinha como missão educar e também de todos aqueles que o procuravam simplesmente para pedir orientações. Ele tornou-se o mediador do Divino, pois sabia adaptar-se às situações das pessoas que o procuravam. Ele entendia todas as pessoas, aceitava todos como eram, amava-os por igual e respeitava cada um na sua originalidade.
Na vida do Padre Kentenich encontramos sempre Deus. Ele foi o seu grande pensamento e seu único amor. Por Deus foi preparado para a sua missão e Dele aceitou sempre tudo, mesmo os mais pesados “fardos”. Foi Deus que sempre e em toda a parte o acompanhou com a sua bênção. Esta vinculação com o Divino era tão forte e permanente, que todas as pessoas que dele se aproximavam, sentiam a presença de Deus.
Muitas pessoas resumiram a sua opinião e as suas impressões sobre o Padre Kentenich, com esta simples frase: “Ele é inteiramente sacerdote”.
O Pai Fundador tinha o dom de falar sobre as verdades mais importantes da fé de uma maneira muito simples e directa, pois assim todos aqueles que tiveram a felicidade de o ouvir, entendiam o que ele dizia com facilidade. Usava até a expressão curiosa “óculos da fé”, que tornavam as coisas mais nítidas. Quem usa esse óculos, descobre Deus na hóstia, no seu próprio coração e sobretudo, descobre o Deus da vida, nos acontecimentos do dia a dia.
Esta faceta sacerdotal do Padre Kentenich, pode ser também analisada, pela importância que ele dava à Missa. A celebração, era para o Pai Fundador, o ponto culminante do dia. Quem participasse na sua Missa, percebia claramente como ele se concentrava no essencial: Deus estava com ele e ele estava com Deus.
Esta importância que atribuía à Missa, pode ser demonstrada também pelo facto de, por vezes, quando tinha que tomar decisões importantes, adiava-as para o dia seguinte, após celebrar a Santa Missa. Uma das decisões que tomou assim, foi a de 20 de Janeiro de 1942, quando decidiu que não queria escapar da ida para o campo de concentração.
Durante o tempo em que esteve preso, apesar das fortes restrições existentes, o Padre Kentenich conseguiu celebrar diariamente, quer na prisão de Coblença, quer depois no campo de concentração de Dachau.
Padre Kentenich dedicou toda a sua vida a Deus e à Igreja e inclusive teve a felicidade de regressar ao Pai Eterno em 15 de Setembro de 1968, após fazer aquilo que considerava como o acto mais importante para um sacerdote, celebrar a Santa Missa.
Neste ano Jubilar, para o Movimento de Schoenstatt em Portugal e ano Sacerdotal para a Igreja Universal, intensifiquemos as nossas orações, para que a beatificação do Pai Fundador seja uma realidade a breve prazo. Mas, também para que pela intercessão dele junto da Mãe, sejam chamados mais jovens à vocação sacerdotal, pois queremos que a seara cresça e que existam mais “trabalhadores” para cuidar dela.
Terminamos com a transcrição de uma parte da oração que rezamos para pedir a canonização do Padre Kentenich:
“… Ele, que foi sacerdote fiel e dedicado, amou tanto a Tua Igreja peregrina. Procurou despertar em todos os corações o amor a Ti. Foi um conselheiro sábio e humilde para todos os que procuraram o seu auxílio…”
Fami e Paulo
Nota: Para a elaboração deste trabalho foram utilizadas frases do livro “Padre Kentenich – Como nós o conhecemos” da autoria de M. Annette Nailis e de um trabalho escrito pela Irmã Iracema Betoni, publicado no site: maeperegrina.com.br.
Sem comentários:
Enviar um comentário