"Em Nossa Senhora não encontramos propriamente uma luta contra o pecado e as imperfeições, já que, como Imaculada, foi concebida na plenitude da graça. Ela encarna o ideal absoluto ao qual aspiramos: a perfeita liberdade dos filhos de Deus, que só no Céu alcançaremos de forma plena. Para nos aproximarmos cada dia mais do ideal que encarna Nossa Senhora, aqui na terra teremos sempre que lutar contra o pecado e as suas consequências. O ideal que ela representa aviva em nós a esperança de que um dia, quando o Senhor nos chamar à sua morada, a graça de Deus também fará resplandecer em nós a pureza da Imaculada.
O facto de Maria não ter tido que lutar contra o pecado e as imperfeições não quer dizer, no entanto, que tivesse estado isenta de toda a luta, renúncia e sofrimento. Muito pelo contrário, Ela foi e é criatura como nós e, como tal, estava sujeita ao desenvolvimento e aos desafios de um mundo contraditório tal como o experimentaram todas as criaturas. Ela viveu na fé - não na visão beatífica - e sofreu as maiores provas de fé. Teve que educar o seu coração a renunciar a nobres sentimentos maternais para chegar ao desprendimento total que Deus requeria dela.
Ao contemplar a sua imagem, não deveríamos animar-nos a assumir também nós as cruzes e renúncias necessárias para cumprir o plano de Deus e levar a cabo a sua obra?"
(Excerto do livro "Instrumentos Livres nas Mãos de Deus" da autoria do Padre Rafael Fernandez)
Fami e Paulo
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