Eu
trabalhava como secretária do P.Kentenich. Ele tinha terminado de ditar um documento,
de grande importância, quando me disse: “Faça-me o favor: leve este documento
ao Santuário, coloque-o sobre o altar e depois diga alguma coisa à Mãe de
Deus.” Fui ao Santuário e coloquei o documento sobre o altar. E pensei: o que
faço agora? A que se referiria o Padre Kentenich quando disse “e depois diga
alguma coisa à Mãe”? Eu não sabia o que fazer, mas rezei assim: “Mãe, tu
conheces o conteúdo deste documento, encarrega-te de tudo a seu respeito.”
Depois fiz o sinal da cruz e saí do Santuário. Quando cheguei junto do
P.Kentenich ele disse surpreendido: “Já?” Eu respondi: “Mas o Santuário fica tão
perto.” O Pai e Fundador perguntou-me muito amavelmente: “Colocou o documento
sobre o altar?” “Sim, Sr.Padre.” “E disse alguma coisa à Mãe?” “Sim.” “Permita-me
perguntar o que lhe disse?” “Claro que sim, Sr.Padre.” E contei-lhe o que tinha
pensado, o que a Santíssima Virgem devia fazer. Então veio a grande pergunta:
“E a Nossa Senhora o que respondeu?”
“Como? Ela não respondeu!” “Não disse nada?” “Sr.Padre, como é que ela
poderia dizer alguma coisa se ela não fala?” O P.Kentenich continuou com a
mesma insistência: “A senhora quer dizer que a Mãe não respondeu? Que estranho!”
Senti-me mal porque o P.Kentenich continuava a fazer a mesma pergunta e
disse-lhe: “Vou ser sincera com o senhor. Depois de eu ter dito a Nossa Senhora
o que queria dizer-lhe, fiz o sinal da cruz e vim embora.” Então ele disse:
“Bem, agora entendo! A senhora não lhe
deu a oportunidade para Ela responder. No momento em que a Mãe queria dizer-lhe
algo, a senhora já tinha saído. Agora, faz favor, volte ao Santuário. Diga tudo
à Mãe, pode até fazer queixa de mim. E quando tiver dito tudo, fique em silêncio
e, com o seu coração voltado para a Mãe, escute-a. Verá que ela vai falar.” Eu não entendi... mas fui e fiz
o melhor que pude. No Santuário fiquei em silêncio por um bom momento, com ‘o
meu coração voltado para ela!’...A minha alma foi penetrada por uma grande paz.
A Mãe não me falou em voz alta, mas eu vi e senti uma clareza excecional em
relação a tudo o que se referia ao documento sobre o altar. (…) No fim voltei à
secretaria. O P.Kentenich olhou-me com carinho e disse: “Veja, rezar é falar
com Deus, com Nossa Senhora, com uma pessoa do céu. É um diálogo íntimo e
confiante. Não é um monólogo, é um diálogo. Um fala e o outro escuta. Quando
lhe falam, desejam poder contar com a mesma atenção e o mesmo interesse
que a senhora espera que eles lhe prestem, quando lhes fala. Pode ter a certeza
de que Deus e Nossa Senhora respondem sempre. Evidentemente, não gritam, falam
com uma voz suave. Agora a senhora entende, não é verdade? No nosso Santuário,
a nossa querida Mãe ensina-nos a falar com ela de um modo muito pessoal, de
coração a coração.”
Ir.Petra Schnuerer
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