quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Encontro dos Movimentos "Juntos pela Europa"


“A Igreja está hoje muito escondida, com pouca visibilidade. Qualquer dia, os cristãos precisam de pedir licença para saírem à rua”. As palavras são de D. Virgílio Antunes e foram proferidas no encerramento do encontro de movimentos que se realizou no passado domingo (05 de Fevereiro de 2012), no salão polivalente da igreja de S. José (em Coimbra).

Esta iniciativa, que teve desde o início, o apoio do Bispo de Coimbra, pretendeu ser um encontro de movimentos da Diocese de Coimbra com intuito de preparar uma jornada de reflexão, partilha e unidade entre todos os crentes, a ter lugar no dia 12 de Maio, no Pavilhão de Portugal ou no Parque Verde, em Coimbra.
Esta ideia foi lançada há muitos anos pelo então Papa João Paulo II. Desafiou todos os movimentos da Igreja, para, em conjunto, consoante os respectivos carismas de cada um, colaborarem activamente na salvação da Europa, de modo a reavivar a alma cristã.

Felizmente, este apelo não foi esquecido e foi alargado a outros movimentos e outras igrejas cristãs onde se deram passos muito significativos na aproximação através do diálogo e iniciativas em conjunto.
Com este espírito de comunhão realizaram-se em Estugarda, na Alemanha, em 2004 e em 2007, duas grandes jornadas europeias com o lema “Juntos pela Europa”.
O segundo foi o encontro mais participativo, onde se registaram 240 movimentos e comunidades cristãs, e manifestou-se a urgência da “comunhão” entre todos e do trabalho de renovação espiritual e social para um contributo para uma Europa mais unida, mais humana e mais responsável. Na conclusão surgiu um Manifesto intitulado “os 7 Sins” que sublinha em sete pontos o desejo de mostrar as raízes cristãs da Europa.
O próximo passo que os promotores estão a preparar, é um encontro europeu, que será realizado a 12 de Maio, em Bruxelas, no Parlamento Europeu, como ponto central, e ligado em simultâneo com maior número de cidades europeias onde seja possível criar também uma dinâmica de animação e celebração deste evento.

Coimbra é uma das sete cidades portuguesas que quer contribuir para afirmar a sua fé cristã. Apesar da fraca participação dos movimentos na jornada que serviu de “trampolim” para o Grande Encontro Europeu, surgiram algumas ideias que vão “mexer” com a cidade: Outdoors espalhados pela cidade, celebração no parque verde, conferência no pavilhão de Portugal, e houve mesmo quem se lembrasse de “invadir” os centros comerciais…
O Bispo de Coimbra não poupou críticas aos organizadores por este encontro, pelo facto, de não ver alguns movimentos da diocese representados, nomeadamente aqueles que trabalham com a juventude e aquele que trabalham com a terceira idade. “Se toda esta iniciativa for bem conduzida, conseguiremos fazer um bom trabalho”, realçou o prelado no encerramento dos trabalhos. 


Ao ouvir as propostas apresentadas, D. Virgílio Antunes realçou que não “gostaria de ver esta iniciativa só com alguma visibilidade, mas sim que marcasse as pessoas”. Doutra forma, ficou reconhecido às propostas apresentadas que vão ter algum impacto nas pessoas que estão em Coimbra e que aqui trabalham. 
Os movimentos representados foram os seguintes: Equipas de Nossa Senhora; Movimento dos Focolares; Comunidade Emanuel; Cursilhos de Cristandade, Movimento Apostólico de Shoenstatt e o Instituto Teresiano.

O Professor João Carlos Loureiro, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra apresentou uma reflexão sobre “Europa(s), Cristianismo(s) e Princípio(s): À procura da(s) alma(s) perdida(s)?” que levou os participantes a pensarem sobre os problemas actuais do cristianismo na Europa.
Para João Carlos Loureiro, a “Europa não precisa de uma nova alma, mas sim de um sopro de espírito. É preciso que o Espírito viva na rua, fora destas quatro paredes”. Esta iniciativa (Encontro de Movimentos) pode contribuir e muito para uma melhor cidadania, melhores cidadãos, referiu o docente da Faculdade de Direito. João Carlos Loureiro propôs ainda à cidade um dia de jejum e abstinência para sete instituições à escolha de cada um de forma a incentivar a partilha e a unidade.

© Miguel Cotrim / Amicor

Nota:  Este trabalho foi enviado pelo casal Irene e Jorge Mendes, da Família de Schoenstatt de Coimbra e que representam o Movimento nesta importante iniciativa. Muito obrigado à Irene e ao Jorge.

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