quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"Dia da Aliança" - Setembro 2014

Está a chegar o outono e com ele termina um ciclo de vida. É tempo de colher os frutos, de agradecer as colheitas e a fecundidade da terra. É tempo de saborear aquilo que a terra nos deu. Despertou-me para esta reflexão uns potinhos de doce da uma nova linha de produtos do Santuário de Aveiro: “Sabores do Santuário”. Doces dos mais variados sabores, que na sua maioria são de frutos que nascem no pedacinho de terra à volta do Santuário. Saborear qualquer doce, muito provavelmente, não nos leva a pensar nos diversos processos de vida que antecedem tal fim e que a origem se deve a uma pequena semente.
A lei da vida leva-nos sempre à constatação: “Tudo o que é grande, tem origem no pequeno”. Assim é, também, com o jubileu dos 100 anos de Schoenstatt que hoje vivemos em todo mundo. Schoenstatt começou num outono devastador pelo início da 1ª Guerra Mundial. Deus escolheu os mais frágeis instrumentos aos olhos dos homens, um grupo de adolescentes, para que, a partir das ruínas, surgisse um florescente jardim de Maria, um jardim de “homens novos numa nova comunidade”. A semente? Essa foi cuidadosamente preparada no coração do jovem P. José Kentenich. O amor a Nossa Senhora foi a semente que caiu na terra do seu coração e germinou em Aliança de Amor com Ela no dia 18 de Outubro de 1914. É essa aliança, cada dia mais ampliada pela nossa participação, que vamos renovar. São os frutos espirituais desta Aliança que queremos agradecer e saborear, pois estes dão mais sabor à nossa vida. Mas só isso não chega! É necessário uma entrega renovada e mais profunda, sementes que se entregam de novo à terra para que surjam frutos da nova evangelização para os próximos 100 anos. E isso depende da fé de cada um de nós.
O P. Kentenich viveu uma fé inquebrantável na missão de Nossa Senhora para os dias de hoje. “Tivéssemos nós mais fé – o que é que nos disse o Salvador: tivéssemos mais confiança, sim, então pediríamos a uma montanha que se lançasse ao mar e o nosso pedido ou o poder da nossa palavra seria realizado. Tivéssemos essa fé, tivéssemos essa confiança!” Uma vez citou o poeta Silesius que se referia às palavras de Jesus sobre a fé do tamanho de um grão de mostarda e o seu poder de mover montanhas. Então, o que poderia fazer a fé se esta fosse do tamanho de uma abóbora? P. Kentenich interpela-nos desse modo: ”O que é que nós poderíamos esperar, se a nossa fé no poder da Nossa Senhora fosse como uma abóbora? A nossa fé, a grandeza da nossa fé, a grandeza da nossa confiança é a medida para a atuação poderosa de Nossa Senhora.” 
Olhemos de novo para 100 anos de história: quantas graças e bênçãos Maria distribuiu a partir do Santuário, quantos milagres operou! Hoje, na força do jubileu, Ela quer tornar a sua missão ainda mais fecunda. Schoenstatt deve ser testemunha do poder, da sabedoria e Bondade de Nossa Senhora. Algo de grande começa no pequeno e esse “pequeno” posso ser eu, se a minha “fé de abóbora” puxar o carro de triunfo da Mãe Três Vezes Admirável, que em nós quer percorrer o tempo e vencer todas as batalhas de hoje que devem ser travadas. Este pode ser o melhor fruto de outono, o doce mais saboroso para mim, para o que está ao meu lado e para o mundo inteiro.
 
Ir. M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Setemb2014) 
 
 

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