quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Padre Miguel Lencastre - Viveu para todos



Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças” (Mc 7, 28)

Hoje dia 13 de Fevereiro de 2014, 30 dias depois da partida para o Céu do nosso Padre Miguel, na celebração da Santa Missa, a Liturgia permitiu-me fazer uma breve meditação sobre a vida do Padre Miguel, a partir do texto do Evangelho que citei.
Tive a alegria e a graça não só de o conhecer mas de partilhar com ele muitas coisas, na nossa Paróquia da Gafanha da Nazaré. Quando o conheci já ele era o Pároco. Sempre o admirei pelo seu dinamismo e como em todas as coisas encontrava sempre algo simbólico que lhe falava do mundo sobrenatural. Em tudo sentia uma presença de Deus que se revela. No estilo pedagógico de Schoenstatt, desenvolvido pelo Padre Kentenich, destaco o que ele mencionava sobre a pedagogia das vinculações. Assim era o Padre Miguel, não só a sua vinculação às pessoas, mas também às coisas, porque estas lhe falavam de Deus.
Recordo uma vez entrar no seu quarto, na Residência Paroquial, e de ele falar de todas as coisas que por lá se encontravam. Todas tinham um sentido, uma história especial porque Deus estava por detrás dessa história.
Assim era ele, todos podiam encontrar nele um amigo, um companheiro, sempre disponível para TODOS. Esta expressão é muito importante. Por isso o Evangelho ligou-me com a sua pessoa. Esta mulher pagã do Evangelho, siro-fenícia, não fazendo parte do Povo de Israel, “não teria direito à salvação”, estava excluída. O Senhor, ao dizer-lhe que “não está certo tirar o pão dos filhos (entenda-se o Povo eleito de Israel) para o lançar aos cachorrinhos”, provoca o despertar da fé desta mulher. Ao mesmo tempo deixa claro, ao assentir que sim, ela tinha dado uma boa resposta, está a confirmar que afinal Ele, o Senhor, está ali para TODOS. Não há escolhidos, somente filhos de Deus.



Assim viveu o Padre Miguel, para todos. Foram muitos os que “comeram” das migalhas que este sacerdote foi distribuindo pelo mundo. Não se poupava para estar onde era necessário para levar estas “migalhas” de Deus, ou seja as suas graças a todos, para que todos se sentissem verdadeiramente acolhidos como filhos de Deus.
Obrigado Padre Miguel porque também eu me saciei dessas “migalhas” de Deus que Nossa Senhora distribui a partir do seu Santuário de graças que você construiu, como instrumento predilecto de Maria.

Padre Carlos Alberto

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