segunda-feira, 21 de abril de 2014

Sexta Feira Santa - Adoração da Cruz no Santuário de Schoenstatt da Diocese de Aveiro



Nesta tarde de Sexta-Feira Santa tem redobrado sentido olhar para a Cruz de Cristo.
Ao olhar para a Cruz não estamos sós. Connosco, de olhar fixo no Crucificado, estão todos os que sofrem.
Se olharmos, também nós, o mundo a partir da Cruz de Cristo veremos que se ampliam os sentimentos do nosso coração e se alarga o nosso campo de visão. Na Cruz, a Humanidade deixa de ser vítima do pecado e da morte para iniciar a partir de Cristo e com Ele a sua própria história da salvação fascinado pelo valor incondicional e sagrado da vida e pela certeza inabalável da ressurreição.

 
Quando a Cruz pesa sobre alguém, todos nós somos necessários e imprescindíveis como cireneus, mesmo que a nossa ajuda pareça insignificante perante a imensidão da dor. Assim compreendemos que Jesus não esteve só no caminho da Cruz. Com Ele fizeram caminho também o Cireneu, a Verónica, as mulheres de Jerusalém, o discípulo João e sobretudo a Mãe de Jesus. A Mãe é sempre quem melhor compreende o mistério da dor e mais alivia o peso da cruz.

 
O caminho do Calvário de todos os que sofrem não prescinde, também hoje, de cireneus que partilhem a dor e que reparem a humilhação, o desprezo, a indiferença, a injustiça, o luto e a miséria que são em todos os tempos da história angustiantes e demolidoras experiências de sofrimento e de cruz.
A narração da paixão, agora proclamada, diz-nos que no auge da crucifixão, Jesus revela, pelas palavras que se lhes soltam do coração, a sua doação obediente até à morte e a dimensão infinita do seu amor pela Humanidade.


 E a última palavra, surpreendentemente serena e confiante, é esta: "Pai nas tuas mãos entrego O meu Espírito" (Lc 23, 46).
É a manifestação de que tudo está cumprido. A Humanidade está salva. Está restabelecida a Aliança nova entre o Senhor e o Seu Povo, reaberto o diálogo entre Criador e a Criação e restabelecido o amor entre Deus e a Humanidade.

(Excertos da Homilia de D. António Francisco na Celebração da Paixão do Senhor, no Porto)

Fami e Paulo

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