“Viemos
bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e
aponta-nos o seu Filho!” Estas
palavras do Papa Francisco tornam-se uma realidade mais próxima na
ternura do milagre da Noite Santa. É junto à Mãe que encontramos o
Menino-Deus, o Salvador do mundo. Ele é maior dádiva de Deus aos
homens e essa dádiva, hoje, esperamos receber dos braços de Maria.
O Milagre da Noite Santa tornou-se realidade visível há 2013 anos,
num estábulo em Belém. Aí, deitado numa manjedoura, está o Filho
de Deus. Porém, o maior milagre, o nascimento de Cristo, acontece
sempre de novo nos corações que se abrem ao mistério do amor de
Deus-Pai. Quantas vezes, ao longo dos anos, Maria deu de novo à luz
nos nossos Santuários, nos corações daqueles que aí se sentiram
acolhidos, amados e aceites; que receberam forças para recomeçar,
para se deixarem educar e transformar em mulheres e homens novos à
semelhança de Jesus; que, sentindo-se tocados por um amor maior, um
amor de predileção, nada mais podem do que anunciar a todos esse
mistério de amor de Deus-Pai. Jesus, o Menino-Deus veio ao mundo
para habitar no meio de nós, para habitar no nosso coração. Não
veio como um bom amigo ou um grande herói. Deus vem ao mundo como
criança para ser amado, assim como uma criança quer ser amada. Deus
vem ao mundo como criança nos braços de sua mãe, para que Maria O
possa oferecer a cada um de nós. É disso que se trata, da ternura,
da proximidade de um Deus que tanto nos ama e quer ser amado, um Deus
que se tornou tão pequeno, até permanecer no pão da eucaristia,
para entrar em nós de uma forma tão pessoal e tão íntima.
O
mistério do Natal apresenta-se assim como um paradoxo à corrente da
nossa sociedade, em que se vive a cultura do “mais longe, mais
alto, mais rápido!”. Alcançar aquilo que é inacessível, o
misterioso, o que está para além do próprio domínio é o anseio
que move o dia-a-dia do homem. Desenvolvem-se meios para se atrair a
si acontecimentos ou pessoas distantes, e com apenas um “clique”
no telemóvel ou no computador tudo fica mais próximo, virtualmente,
claro está – o mundo na nossa mão! Acreditamos em tudo o que vem
até nós, porque o vemos, ouvimos, dialogamos, mas muitas vezes não
passa de um filme que ligamos e desligamos conforme a vontade. Querer
ir mais longe para estar mais perto é o anseio, o desejo que não
abandona o coração do homem desde o início da criação.
Alcançamos as estrelas do céu, as profundezas do mar e o nosso
interior continua por explorar. O Natal vem despertar-nos para a
maior riqueza que possuímos: Deus em nós! Não deixemos que o Natal
seja apenas como um filme que eu ligo e desligo quando quero e do
qual às vezes nem faço parte.
O
Santuário de Graças, de onde vem a Mãe Peregrina, envolve o
mistério da presença de Jesus há quase 100 anos. Em 18 de Outubro
de 1914, ele tornou-se um segundo Belém pela Aliança de Amor aí
selada. Nessa hora fomos e continuamos a ser despertados para a
ousadia de uma Fé maior e mais profunda, onde podemos ajoelhar e
adorar o Rei do Amor. Aí o Natal pode tornar-se uma realidade para
mim, onde posso pedir a Maria que deite o seu filhinho no meu coração
e Ele em mim percorra o nosso tempo.
Se
esse milagre tivesse acontecido verdadeiramente durante esta noite, o
que tinha mudado realmente na minha vida?
Ir. M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Dezembro 2013)
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Dezembro 2013)
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