“Aqui é bom estar…”
“Sempre que
olhamos para Maria voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do
afeto”. Esta frase do
Papa Francisco na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho” fez-me lembrar
os heróis congregados nos inícios de Schoenstatt. Queriam uma revolução e Maria
revolucionou-os por dentro, tornando-os personalidades fortes, livres; jovens
que, mais tarde, fizeram a diferença durante a Primeira Guerra Mundial. Quando
no verão de 1914, devido à necessidade de ter um espaço próprio para reuniões,
o Padre Kentenich e os jovens congregados receberam uma pequena capelinha abandonada
- que existia desde o século XIII, que fora destruída duas vezes durante a
guerra, mais tarde pertenceu a uma família e à comunidade dos Palotinos, a qual
nos últimos dois anos ficara para arrecadação, onde se guardavam as ferramentas
do jardim - não supunham que a Divina Providência tinha grandes planos para
esse local.
Cem anos depois, vemos mais de 200 Santuários
espalhados no mundo inteiro e milhões de pessoas a viveram da “força
revolucionária da ternura e do afeto” pela atuação de Nossa Senhora. A
experiência de Santuário é comum, mas bem pessoal: “Aqui é bom estar”. Sempre
de novo contamos o episódio de uma família do Chile que visitou o Santuário
Original, na Alemanha. A reação do filho pequenito: “Estamos no Chile”. Para
ele era o mesmo que “estar em casa”, “chegar a casa”. Aí a Mãe espera por mim,
aí ela me aceita, assim como sou, aí eu levo a minha vida, os momentos de
alegria, mas também os de escuridão e de medo; aí eu posso experimentar um
pedacinho de céu… O Papa Francisco continua dizendo: “É aí, nos santuários,
que se pode observar como Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes
sacrifícios, vêm peregrinos para a ver e deixar-se olhar por ela. Aí encontram
a força de Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida”.
Experimentar o Santuário é muito mais do que uma visita ao espaço físico, é levar
o Santuário no caminho da nossa vida.
Uma das cartas que os jovens escreviam para o Pe.
Kentenich, desde a frente da batalha, expressava: “São tantas as vezes que
estou em Schoenstatt, em espírito, dentro da acolhedora capela da congregação,
aos pés da nossa querida MTA! Quantas vezes me ajoelhei lá, tantas vezes
contando-Lhe sobre as minhas dores e preocupações, recebendo consolo.” Faz-nos
tão bem olhar para Maria! E porque nos faz bem, é tão difícil para o peregrino
ir embora. O segredo está em levar o Santuário no nosso coração, para a nossa
casa, para o campo de batalha, para o trabalho. Às crianças que visitam o
Santuário, muitas vezes sugiro que olhem bem para tudo, especialmente para
Nossa Senhora e, em casa ou na escola, façam uma visita ao Santuário. “E
funciona?”, perguntou uma vez um mais reguila. “Experimenta e para o ano
conta-me se funciona ou não.” Prometido!
Em tempo de
férias, aproveitemos para ir ver Maria ao Santuário, deixar-nos olhar por ela,
e levar esse olhar terno e afetuoso no nosso coração para que, durante o ano e
em qualquer lugar, possamos fazer muitas visitas espirituais ao Santuário.
Ir.
M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da
Aliança", Agosto 2014)
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