A lei da vida leva-nos sempre à
constatação: “Tudo o que é grande, tem origem no pequeno”. Assim é, também, com
o jubileu dos 100 anos de Schoenstatt que hoje vivemos em todo mundo.
Schoenstatt começou num outono devastador pelo início da 1ª Guerra Mundial.
Deus escolheu os mais frágeis instrumentos aos olhos dos homens, um grupo de
adolescentes, para que, a partir das ruínas, surgisse um florescente jardim de
Maria, um jardim de “homens novos numa nova comunidade”. A semente? Essa foi
cuidadosamente preparada no coração do jovem P. José Kentenich. O amor a Nossa
Senhora foi a semente que caiu na terra do seu coração e germinou em Aliança de
Amor com Ela no dia 18 de Outubro de 1914. É essa aliança, cada dia mais
ampliada pela nossa participação, que vamos renovar. São os frutos espirituais
desta Aliança que queremos agradecer e saborear, pois estes dão mais sabor à
nossa vida. Mas só isso não chega! É necessário uma entrega renovada e mais
profunda, sementes que se entregam de novo à terra para que surjam frutos da
nova evangelização para os próximos 100 anos. E isso depende da fé de cada um
de nós.
O P. Kentenich viveu uma fé inquebrantável na missão de Nossa Senhora
para os dias de hoje. “Tivéssemos nós mais fé – o que é que nos disse o
Salvador: tivéssemos mais confiança, sim, então pediríamos a uma montanha que
se lançasse ao mar e o nosso pedido ou o poder da nossa palavra seria
realizado. Tivéssemos essa fé, tivéssemos essa confiança!” Uma vez citou o
poeta Silesius que se referia às palavras de Jesus sobre a fé do tamanho de um
grão de mostarda e o seu poder de mover montanhas. Então, o que poderia fazer a
fé se esta fosse do tamanho de uma abóbora? P. Kentenich interpela-nos desse
modo: ”O que é que nós poderíamos esperar, se a nossa fé no poder da Nossa
Senhora fosse como uma abóbora? A nossa fé, a grandeza da nossa fé, a grandeza
da nossa confiança é a medida para a atuação poderosa de Nossa Senhora.”
Olhemos de novo para 100 anos de
história: quantas graças e bênçãos Maria distribuiu a partir do Santuário,
quantos milagres operou! Hoje, na força do jubileu, Ela quer tornar a sua
missão ainda mais fecunda. Schoenstatt deve ser testemunha do poder, da
sabedoria e Bondade de Nossa Senhora. Algo de grande começa no pequeno e esse
“pequeno” posso ser eu, se a minha “fé de abóbora” puxar o carro de triunfo da
Mãe Três Vezes Admirável, que em nós quer percorrer o tempo e vencer todas as
batalhas de hoje que devem ser travadas. Este pode ser o melhor fruto de
outono, o doce mais saboroso para mim, para o que está ao meu lado e para o
mundo inteiro.
Ir. M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Setemb2014)
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