O
berço da SANTIDADE
Para a sociedade do nosso tempo falar
de santos cheira a coisa de padres, sacristia, a mofo. Para os cristãos, os
santos são uma realidade, mas muitas vezes uma realidade distante, de outros tempos,
de outros berços. Para muitos de nós até “dá jeito” pensar assim, que os tempos
são outros, que não nascemos santos, que a Igreja tem que mudar conforme a
nossa medida. E, a Igreja continua a surpreender-nos com a sua própria medida:
a medida da Santidade!
No dia 27 vai ser canonizado o Beato João Paulo II. Quem
de nós não conheceu ou não ouviu falar do Papa João Paulo II? Quantos de nós o
pudemos ver, tocar, olhar nos olhos, respirar do mesmo ar, viver na mesma
sociedade, com os mesmos desafios? João Paulo II foi um jovem como outro
qualquer, que gostava de teatro, de desporto; foi um adulto como outro qualquer
que lutou ao lado dos operários, que abraçou a sua vocação de vida; que se
entregou totalmente à sua missão; que passou pela vida amando. Não nasceu
santo, mas fez da vida que Deus lhe permitiu viver o seu caminho de santidade,
fez da Igreja o seu berço de santidade, sentindo-se “embalado” pela Mãe de
Deus, a quem ele se entregou totalmente e a quem confiou o seu papado. Isso o
expressou no lema da sua vida e missão: Totus Tuus (Todo teu)!
Em Schoenstatt, estamos a festejar
100 anos da Aliança de Amor que se tornou caminho de santidade para muitas
pessoas. Anos jubilares levam-nos a olhar as origens, por isso, oportunamente
por estarmos no mês de Abril, recordamos o pequeno José aos 9 anos, mais tarde
fundador de Schoenstatt, que no dia 12 de Abril de 1894 por ocasião da entrada
no orfanato, foi consagrado a Nossa Senhora pela sua mãe. Esta, diante de uma
estátua de Maria, pediu-lhe para educar o seu filho, ser a sua Mãe e substitui-la
nos seus deveres de mãe. Mais tarde, o Padre Kentenich fala dessa hora e diz
que ele mesmo entregou o seu coração totalmente à Mãe de Deus e a partir desse
momento Ela foi a sua única Educadora. Desta vida com Maria surgiu, no dia 18
de Outubro de 1914, a Aliança de Amor que se ampliou com milhares de pessoas em
todo o mundo e os Santuários de Schoenstatt tornaram-se assim “berço de
santidade”, sob a proteção de Nossa Senhora.
Os primeiros jovens levaram a sério
esta entrega a Nossa Senhora e a eles devemos este tesouro que hoje podemos
tocar. Fizeram um programa de vida para a santidade e puseram mãos à obra. José
Engling, na simplicidade da sua juventude, no mês de maio de 1915, começou a
pintar flores para oferecer a Nossa Senhora, expressão das provas de amor, das
pequenas conquistas no dia-a-dia por alcançar a santidade.
Não seria um impulso para nós, neste
mês de maio colocar aos pés de Nossa Senhora muitas flores, um grande jardim,
como gratidão pela Aliança de Amor? Vamos começar já a cultivar esse jardim no
nosso coração para que a santidade, para nós, não seja apenas uma miragem.
Ir. M. Paula Silva Leite, CMP
(Publicado no folheto mensal "Dia da Aliança", Abril 2014)
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