"A graça
do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam
com todos vós» (2 Cor 13, 17)
No momento em que se torna pública a minha nomeação para bispo de Aveiro,
gostaria que as minhas primeiras palavras fossem as mesmas com que S. Paulo
saudava os cristãos, e a mesma saudação com a qual, todos os domingos,
iniciamos a celebração da Páscoa de Jesus. O que realmente dá sentido à
comunidade cristã é a presença de Cristo Ressuscitado no meio dela, e que nos
introduz no mistério do amor de Deus.
Quando há dois anos iniciei o ministério episcopal, afirmei que a missão da
Igreja não podia ser outra que a de proclamar o amor gratuito de Deus, a
conversão ao Evangelho, o dom do Espírito, o Batismo para o perdão dos pecados
e a formação de comunidades cristãs onde a fraternidade seja o selo da nossa
identidade. Passado este tempo, estou verdadeiramente convicto de que sem
comunidades cristãs vivas não há Igreja de Jesus.
Para os próximos anos, o nosso horizonte pastoral deve ser o dinamismo criado
pela Missão Jubilar que celebrou os 75 anos da restauração da Diocese e a
recente exortação apostólica do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho”.
A missão da Igreja não é outra senão a de propor a toda a humanidade a alegria
do Evangelho: «aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado,
da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo renasce sem
cessar a alegria» (EG 1).
Desejo, neste momento, saudar todos e cada um de vós que trabalhais na
construção do reino de Deus na diocese de Aveiro: o Administrador Diocesano,
Mons. João Gonçalves Gaspar, exemplo de amor e dedicação à Diocese; os
sacerdotes e os diáconos, colaboradores próximos do bispo; os religiosos,
enquanto sinal do mundo novo que todos somos chamados a construir; os leigos
que se dedicam à obra da evangelização; as autoridades civis, académicas e
militares que se empenham na busca do bem comum; sem esquecer aqueles que, pela
doença ou pelas consequências do sistema social que impera, mais sofrem. Para
todos endereço uma palavra de esperança e a certeza da minha colaboração na
promoção da pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus.
Uma palavra de muita estima e amizade para com o Senhor D. António Francisco,
anterior bispo de Aveiro. Que a semente lançada á terra possa continuar a
crescer e dar fruto abundante.
Não posso deixar de manifestar o meu reconhecimento e gratidão à Arquidiocese
de Braga, a minha comunidade de pertença nestes últimos tempos. Bem hajais pelo
muito que significais para mim: a dedicação plena e acompanhamento do Senhor
Arcebispo D. Jorge Ortiga; a amizade do clero e dos seminaristas; os
religiosos, de um modo especial os contemplativos; e o número imenso de leigos
com os quais contactei, nomeadamente nas visitas pastorais. Seria imperdoável
não lembrar os jovens; para eles uma palavra de muita estima e carinho,
reafirmando o incentivo e relembrando-lhes o que tantas vezes proferi nos
encontros que tivemos: «O rosto da Igreja jovem sois vós».
A todos peço que me ajudeis a concretizar, nas terras de Aveiro, o meu lema
episcopal «É preciso que Jesus reine» (1 Cor 15, 25), para que Jesus
reine efetivamente na Diocese, nas famílias e, primeiro que tudo, no nosso
coração.
Invoco a proteção de Santa Joana Princesa e, à Mãe do Evangelho vivo, convosco
quero pedir que interceda por cada um de nós.
Cultivemos a cultura da proximidade e rezemos uns pelos outros.
Aveiro, 4 de
julho de 2014 (Festa da Rainha Santa Isabel de Portugal)
† António
Manuel Moiteiro Ramos, Bispo eleito de Aveiro
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