Queridos Amigos,
Enquanto nos
preparávamos para a celebração da festa da Candelária, a festa da Apresentação
do Menino Jesus no Templo, recebemos a nota oficial da Presidência comunicando
o estado das negociações oficiais com os padres palotinos sobre a transferência
do Santuário Original para a Família de Schoenstatt. As negociações ficaram,
pelo menos, bloqueadas e não se vê, pelo menos por agora, uma solução que nos
permita assumir em propriedade o Santuário Original e a Casa Antiga, onde
nasceu a vida original da nossa Família de Schoenstatt. Todas as esperanças e
expectativas que se criaram ao longo dos meses anteriores parece que não deram
em nada e fazem-nos temer que para o jubileu da nossa Aliança de Amor, a nossa
casa continuará sem ser a “nossa” casa.
Como filhos da
Aliança, a pergunta que se nos coloca é pelo querer de Deus, pelo que o Senhor
e a Mãe e Rainha nos estão a oferecer com esta situação. Parece que eles nos
chamam a atenção sobre algo que talvez em todo este processo nos está a passar
ao lado.
Espontaneamente
vem à minha memória o que o Pai nos disse quando acabou de regressar do exílio
em Milwaukee. Ele agradeceu todo o trabalho “diplomático” que se tinha feito
para que ele pudesse regressar, mas agradecia especialmente por toda a entrega
radical da sua Família ao Capital de Graças, chegando a mencionar
explicitamente pessoas que se entregaram por inteiro.Essa entrega
solidária que é a força constituinte da nossa Família e sinal de identidade da
Aliança. Como sinal da sua gratidão e reconhecimento, entregou a Cruz da
Unidade, a quem podia ser considerado representante desta entrega. Desde então
a Cruz da Unidade original está no Santuário de Stuttgart.
Comprá-lo com o mesmo capital que A
moveu a estabelecer-se nessa capela abandonada
Se o Santuário
Original, casa de toda a Família de Schoenstatt internacional, tem que ser
propriedade da nossa Família, provavelmente teremos que “comprá-lo” com o mesmo
capital que moveu Nossa Senhora a instalar-se nessa capela de cemitério
abandonada de S. Miguel e que conseguiu a libertação do Pai Fundador.
Não nos
interessa o Santuário Original apenas como lugar para colocar os nossos sinais,
mas para sermos nós próprios sinais vivos daquilo que proclamamos como Família
e Movimento. E o nosso “único” meio para que assim seja é a nossa entrega de
contribuições ao Capital de Graças, com o qual podemos mobilizar a Mãe e Rainha
para que Ela mostre que é a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de
Schoenstatt.
Se bem que não
é tarefa nossa a negociação direta e a via diplomática, tarefa de
especialistas, suponho – é a de mostrar e demonstrar vital e apostolicamente
que esse pequeno lugar é o nosso lar comum e a nossa fonte de graças específica,
sem o qual não somos nem podemos atuar como Família do Pai nem como Movimento
apostólico ao serviço da Igreja e da sociedade.
Na atitude de peregrinos pobres
A festa da
Candelária é também uma pista para este novo tempo que se nos oferece. E poderá
marcar a atitude adequada; atitude que já se marcou na Conferência 2014. É a
atitude da Sagrada Família, atitude de peregrinos pobres e humildes que
peregrinam ao Templo do Pai para entregar o mais precioso que têm, o seu Filho.
A oferenda que entregaram como resgate do Menino, foi a dos pobres. Nós
preparámo-nos para a nossa festa particular da Candelária de 2014, e vamos
preparando como Família Internacional e solidária, a nossa oferta dos pobres,
os nossos projetos da Cultura de Aliança; pouco e nada para um mundo como o
nosso habituado ao espetacular, mas oferta autêntica e verdadeira para que o
Deus Menino, o sinal da Aliança, possa chegar a todos. Só os ”velhos profetas
do lugar”, Simeão e Ana, puderam e souberam reconhecer aqueles pobres
peregrinos proclamando o que eles representavam.
A Aliança solidária – para uma cultura de aliança
Queridos
amigos, penso que é uma oportunidade que se nos oferece, ao encerrar-se esta
etapa das negociações de forma tão frustrante e dura, para tornar mais
consciente e consequentemente a tarefa de ser, na verdade e na humildade, essa
família de peregrinos que se poem a caminho em Aliança solidária até ao Templo,
para oferecendo-se ao Senhor e à Mãe ser fundados de novo com as forças
originais e assim poder celebrar o Jubileu da Fundação. Na época fundacional da
Família, a Aliança viveu-se em solidariedade mútua nos campos de batalha
eclesiais e da própria Família… hoje somos convidados a viver a Aliança
solidária nos campos da Nova Evangelização construindo cultura de Aliança,
entrega não menos radical pela conquista espiritual de uma Família missionária
e peregrina do nosso Santuário vivo, do nosso Santuário original.
Talvez seja o
momento de dizer à Mãe novamente e no espírito da nossa oração de peregrinação
2014: “eu peregrino em Aliança solidária, ao
nosso santuário original, pedindo-te que novamente te estabeleças nele com a
tua Família”.
Não tenho
dúvidas de que estamos a viver um momento de graça na linha com o que a Mãe e
Rainha e o Pai iniciaram com a Conferência 2014.
Saudações do Santuário de Madrid,
Pe. José María García.
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