segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Eu peregrino em Aliança solidária, ao nosso Santuário Original

 
 
Queridos Amigos,
Enquanto nos preparávamos para a celebração da festa da Candelária, a festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo, recebemos a nota oficial da Presidência comunicando o estado das negociações oficiais com os padres palotinos sobre a transferência do Santuário Original para a Família de Schoenstatt. As negociações ficaram, pelo menos, bloqueadas e não se vê, pelo menos por agora, uma solução que nos permita assumir em propriedade o Santuário Original e a Casa Antiga, onde nasceu a vida original da nossa Família de Schoenstatt. Todas as esperanças e expectativas que se criaram ao longo dos meses anteriores parece que não deram em nada e fazem-nos temer que para o jubileu da nossa Aliança de Amor, a nossa casa continuará sem ser a “nossa” casa. 
Como filhos da Aliança, a pergunta que se nos coloca é pelo querer de Deus, pelo que o Senhor e a Mãe e Rainha nos estão a oferecer com esta situação. Parece que eles nos chamam a atenção sobre algo que talvez em todo este processo nos está a passar ao lado.
Espontaneamente vem à minha memória o que o Pai nos disse quando acabou de regressar do exílio em Milwaukee. Ele agradeceu todo o trabalho “diplomático” que se tinha feito para que ele pudesse regressar, mas agradecia especialmente por toda a entrega radical da sua Família ao Capital de Graças, chegando a mencionar explicitamente pessoas que se entregaram por inteiro.Essa entrega solidária que é a força constituinte da nossa Família e sinal de identidade da Aliança. Como sinal da sua gratidão e reconhecimento, entregou a Cruz da Unidade, a quem podia ser considerado representante desta entrega. Desde então a Cruz da Unidade original está no Santuário de Stuttgart.
Comprá-lo com o mesmo capital que A moveu a estabelecer-se nessa capela abandonada
 
Se o Santuário Original, casa de toda a Família de Schoenstatt internacional, tem que ser propriedade da nossa Família, provavelmente teremos que “comprá-lo” com o mesmo capital que moveu Nossa Senhora a instalar-se nessa capela de cemitério abandonada de S. Miguel e que conseguiu a libertação do Pai Fundador.
Não nos interessa o Santuário Original apenas como lugar para colocar os nossos sinais, mas para sermos nós próprios sinais vivos daquilo que proclamamos como Família e Movimento. E o nosso “único” meio para que assim seja é a nossa entrega de contribuições ao Capital de Graças, com o qual podemos mobilizar a Mãe e Rainha para que Ela mostre que é a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Se bem que não é tarefa nossa a negociação direta e a via diplomática, tarefa de especialistas, suponho – é a de mostrar e demonstrar vital e apostolicamente que esse pequeno lugar é o nosso lar comum e a nossa fonte de graças específica, sem o qual não somos nem podemos atuar como Família do Pai nem como Movimento apostólico ao serviço da Igreja e da sociedade.

Na atitude de peregrinos pobres
A festa da Candelária é também uma pista para este novo tempo que se nos oferece. E poderá marcar a atitude adequada; atitude que já se marcou na Conferência 2014. É a atitude da Sagrada Família, atitude de peregrinos pobres e humildes que peregrinam ao Templo do Pai para entregar o mais precioso que têm, o seu Filho. A oferenda que entregaram como resgate do Menino, foi a dos pobres. Nós preparámo-nos para a nossa festa particular da Candelária de 2014, e vamos preparando como Família Internacional e solidária, a nossa oferta dos pobres, os nossos projetos da Cultura de Aliança; pouco e nada para um mundo como o nosso habituado ao espetacular, mas oferta autêntica e verdadeira para que o Deus Menino, o sinal da Aliança, possa chegar a todos. Só os ”velhos profetas do lugar”, Simeão e Ana, puderam e souberam reconhecer aqueles pobres peregrinos proclamando o que eles representavam.
 
 
A Aliança solidária – para uma cultura de aliança
Queridos amigos, penso que é uma oportunidade que se nos oferece, ao encerrar-se esta etapa das negociações de forma tão frustrante e dura, para tornar mais consciente e consequentemente a tarefa de ser, na verdade e na humildade, essa família de peregrinos que se poem a caminho em Aliança solidária até ao Templo, para oferecendo-se ao Senhor e à Mãe ser fundados de novo com as forças originais e assim poder celebrar o Jubileu da Fundação. Na época fundacional da Família, a Aliança viveu-se em solidariedade mútua nos campos de batalha eclesiais e da própria Família… hoje somos convidados a viver a Aliança solidária nos campos da Nova Evangelização construindo cultura de Aliança, entrega não menos radical pela conquista espiritual de uma Família missionária e peregrina do nosso Santuário vivo, do nosso Santuário original.
Talvez seja o momento de dizer à Mãe novamente e no espírito da nossa oração de peregrinação 2014: “eu peregrino em Aliança solidária, ao nosso santuário original, pedindo-te que novamente te estabeleças nele com a tua Família”.
Não tenho dúvidas de que estamos a viver um momento de graça na linha com o que a Mãe e Rainha e o Pai iniciaram com a Conferência 2014.
Saudações do Santuário de Madrid,
Pe. José María García.

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