Queridos amigos, o Ano do Santuário
chegou ao fim, mas a viagem continua…
No Capital de Graças, o contador marca a
distância de 1531 quilómetros, mas há ainda muito para pedalar. O Ano da
Corrente Missionária, vai ser um motivo bem forte para continuar a pedalar Rumo
a 2014, tendo sempre presente a Missão de levar mais longe a nossa MTA e o
nosso Santuário.
De 3 a 7 de Outubro de 2012, os
pedalantes José Vilarinho, Manuel Santos, José Ventura, Vítor Roque e Rúbem da
Rocha, puseram-se a caminho, afim de mais uma vez completar a ligação Porto –
Santiago de Compostela, como já vem sendo tradição (3º ano).
1º DIA
A
viagem começou um pouco atribulada, quando logo em Campanhã (Porto), uma avaria
técnica quase comprometia a ligação, mas graças às mãos experientes do Vítor
Roque, o problema foi temporariamente resolvido, até que em Barcelos, se fez a
reparação definitiva.
Depois
da oração da manhã na Sé do Porto, iniciámos então a nossa ligação, cheios de
alegria e vontade de vencer todos os quilómetros que nos separavam da meta. É
difícil descrever a vivência e a espiritualidade que cada um põe nos Caminhos
de Santiago. As razões e os motivos que nos levam a pedalar por montes e vales,
vencendo sempre com alegria e espírito de equipa as várias dificuldades que se
nos deparam.
O
primeiro dia, levou-nos do Porto até Ponte de Lima, onde chegámos ao final da
tarde, cansados, mas felizes. Durante o dia, algumas avarias técnicas e uma
carteira perdida na paragem da Igreja da Maia, foram momentos marcantes, mas
com a graça da MTA e a protecção de Santiago, tudo se resolveu da melhor
maneira.
O
descanso foi precioso, pois no dia seguinte teríamos que vencer a serra de La
Bruja, que é tradicionalmente, a parte mais difícil do percurso.
2º
DIA
Após
a oração da manhã feita em Ponte de Lima, logo uma avaria técnica atrasava a
nossa saída, em quase 2 horas. A serra de La Bruja foi vencida devagar e com
entreajuda. Na passagem pela Cruz dos Franceses, fizemos uma pausa para tirar
uma foto e recuperar forças. O bom tempo e a temperatura agradável, ajudaram,
permitindo que a subida não parecesse tão dura. Na descida, uma queda sem
consequências, não atrasou a nossa ligação e chegámos a Valença pelas 17 horas,
onde mais um furo animou a nossa tarde. Finalmente, chegámos a Tui, onde
pernoitámos no albergue.
3º
DIA
A
saída dos albergues espanhóis, era feita às 8 horas da manhã, ainda escuro e
logo à saída podemos fazer a oração da manhã na Capela das Irmãs Clarissas que estavam
a celebrar a missa. O dia correu bem, levando-nos pelos caminhos de Porrinho,
Pontevedra e Caldas dos Reis, onde devíamos pernoitar. O albergue estava lotado,
devido ao grande número de peregrinos a pé e como tal, tivemos que fazer mais
12 quilómetros até Valga, onde chegámos por volta das 19 horas, mas onde
existiam lugares para pernoitar.
Os
quilómetros percorridos iam aumentando e o cansaço também, por isso a noite e o
descanso, foram uma dádiva divina para o corpo. Aqui neste albergue, encontrámos
um grupo de amigos que desde Abril, vinham ajudando um companheiro tetraplégico,
a fazer o Caminho de Santiago, em cadeira de rodas. Era bem visível a alegria
estampada no rosto daquele jovem que estava a 25 quilómetros de cumprir o seu
sonho.
4º
DIA
Como
habitualmente, a alvorada ocorreu bem cedo, o que obrigava a iniciar a etapa
ainda no escuro, mas a animação era geral em todos os peregrinos, já que os que
seguiam a pé, iam também chegar neste dia a Santiago de Compostela. Preparadas
as bicicletas, iniciámos a última etapa de 25 quilómetros, com passagem pelo
monte de Santiaguinho, em Padron, local onde segundo a história, São Tiago
falava aos seus seguidores. A calma e a tranquilidade no monte, inspiram à
reflexão e foi nesse silêncio que fizemos a oração da manhã.
Na
passagem por Padron, impõe-se a visita à Igreja Paroquial. Segundo a história,
debaixo do altar mor, está o cabeço de pedra, onde amarraram a barca que trouxe
os restos mortais do Apóstolo para a Península Ibérica.
Os
últimos quilómetros, foram feitos já com ameaças de chuva, mas chegámos à Praça
do Obradoiro, antes de começar a chover. A alegria que se sente ao entrar
naquela praça, sempre cheia de peregrinos, faz esquecer todas as dificuldades e
sente-se logo uma enorme vontade de voltar. Pernoitámos no albergue do
Seminário Menor e no dia seguinte participámos na Missa do Peregrino, às 11
horas, onde o peregrino português que veio em cadeira de rodas, teve uma
homenagem especial lida, em português.
Estava
assim completa mais uma ligação, quase 300 quilómetros de caminho, nem sempre
fácil, mas que afinal, é apenas uma réplica do dia-a-dia do caminho da nossa
vida…
Muito
mais havia para partilhar, pois durante 4 dias, fala-se com muita gente e
trocam-se experiências de vida com quem faz o caminho, mas isso seria
impossível de descrever aqui. Para o ano, voltaremos, se Deus quiser. Segundo a
tradição – Peregrino uma vez, peregrino para toda a vida.
Um
abraço com saudações marianas a todos os pedalantes de Nossa Senhora / MTA.
José
Vilarinho
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